Em cena, o afeto que só elas têm
Mulheres Pessegueiros é uma comédia dramática que conta a história de uma família só de mulheres, que vivem às custas da pensão que recebem do Exército

Se nenhuma família é normal, imagine então, uma família só de mulheres? Por isso, neste domingo, às 20h, o SESC traz a Farroupilha, no auditório do Sindilojas, um teatro só delas. Com temática feminina, urbana e contemporânea, a peça Mulheres Pessegueiro conta a história de uma família inteiramente de mulheres, pensionistas das Forças Armadas.
O quarteto interpretado por Lourdes Kauffmann como Dona Ione Pessegueiro, Laura Medina como Maria Lucia Pessegueiro, Áurea Baptista como Betinha Pessegueiro e Catharina Conte como Manuela Pessegueiro, moram num apartamento de classe média. Isoladas, vivem acomodadas pela estabilidade proporcionada pelas pensões.
A intenção de Dona Ione é encaminhar a filha Maria Lucia para melhores condições na vida, pois ela enfrenta depressão e envolvimento com drogas, desde sua separação. Para isso, Ione busca ajuda com a neta Manuela e com a sobrinha Betinha. Elas conseguem uma excelente oportunidade de trabalho para Ione, mas é bastante longe, no Acre. Porém quando ela decide partir de vez para a nova carreira e a nova vida, sua mãe Ione falece.
Manuela e Betinha enfrentam um novo dilema: contar ou não contar à Maria Lucia o acontecido? Manter a realização maior de Ione, em ver a filha liberta e feliz ou por em risco todas as conquistas, pelo desequilíbrio constante da filha Maria Lucia?
Segundo Patsy Cecato, autora e diretora da peça da escola de teatro e produtora, Cômica Cultura de Porto Alegre, geralmente o público se identifica com as situações representadas pelas atrizes e por isso, o espetáculo torna-se cativante. A estreia da peça foi em novembro de 2011, como resultado de uma bolsa que Patsy recebeu da Fundação Nacional de Artes (Funarte), com estímulo da criação artística, na categoria Dramaturgia do Prêmio Miryam Muniz 2008. Fizemos três temporadas em Porto Alegre e atualmente viajamos pelo interior do Estado com a peça, explica a diretora.
Está é a primeira vez que o espetáculo vem ao município e segundo a diretora, como o público – alvo de comédia e drama é bastante amplo, espera-se que muitos assistam a peça. Entre os projetos, Patsy conta que tem a intenção de unir todos os trabalhos de temática feminina num festival ou numa Mostra, que possa percorrer todo o Estado e que o financiamento para isso, já está sendo buscado.
A diretora conclui dizendo que todas as famílias, assim como a da peça, são engraçadas e tem suas próprias piadas. A graça está no jeito de ser de cada personagem, que acaba criando situações cômicas, mesmo nos momentos mais difíceis.