O “eterno” recomeçar

Uma excelente forma de celebrar o Dia Internacional da Mulher, 8/3, é falar sobre mulheres fortes,dedicadas e decididas, como Maura Pigozzi que, depois de 27 anos trabalhando como Assistente Social no Hospital Beneficente São Carlos, está pronta para iniciar uma nova fase em sua vida, na qual vai dedicar mais tempo à família. Ciclos e seus movimentos em nós

O que leva uma pessoa a tomar decisões capazes de mudar totalmente uma rotina mantida por anos? Em se tratando da natureza feminina, um sentimento poderoso normalmente aponta como resposta: o amor. No caso de Maura Pigozzi, o amor à família, que a partir de agora passa a receber ainda mais atenção dela, já que após 27 anos como assistente social no Hospital Beneficente São Carlos, ela acaba de deixar a instituição.

“As pessoas me perguntaram se eu tinha certeza da decisão e eu entendo que é mais importante eu me sentir bem do que estar certa. No momento, estou tranquila porque sempre desenvolvi com muito carinho minhas funções: o atendimento, respeitando o ritmo de cada paciente, de cada familiar, das equipes que participavam do atendimento, dos serviços comunitários que eram acionados, enfim… trocas positivas que consegui fazer nesses anos todos”, analisa Maura.

Ela entrou no hospital em 1993 por indicação de Orlando Balbinot, o senhor com quem havia trabalhado antes na Sabri, empresa da qual fala com notória admiração, principalmente pela condução humanitária do proprietário Antonio Rufatto. Foi na Sabri, onde ficou por cinco anos, que Maura começou a experimentar resultados da profissão que escolheu – e que acabou despertando suas aptidões. “Na época percebemos que havia funcionários que não eram alfabetizados e tinham interesse em aprender a escrever, que era o básico. Então fiz um curso de extensão, na UCS, que formava alfabetizadores de adultos e que dava a possibilidade de fazer turmas em locais fora das escolas.

Conversei com o pessoal do RH e a gente criou uma escola dentro da empresa, que funcionava depois do turno de trabalho e eu fazia um trabalho voluntário. Conseguimos alfabetizar aqueles funcionários que tinham interesse e a Sabri deu todo um suporte, com transporte, lanches. Foi excepcional, uma experiência muito marcante! ”, relembra.
Marcantes também foram os inúmeros atendimentos que a assistente social forneceu dentro do Hospital São Carlos ao longo destes 27 anos. “Aprendi muito, conheci pessoas muito importantes para mim e estou saindo uma pessoa muito melhor do que entrei. A gente entra no mundo dos pacientes, vai dando direcionamento e ao mesmo tempo vai aprendendo muito também, o que faz com que vejamos o mundo de outra forma”, explica.

Maura ressalta alguns momentos gratificantes como a participação – com acolhimento familiar – na criação da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, a participação na implantação da Unidade de Saúde Mental do hospital e mais recentemente, com sua saída, o reconhecimento pelo trabalho executado ao longo dos anos. “Tive um retorno extremamente emocionante dos profissionais do hospital, confesso que não imaginava, fiquei surpresa e muito feliz”, entrega, destacando a menção honrosa recebida pela direção do hospital e as demonstrações de carinho das equipes com as quais trabalhou.

Há poucos dias inserida na nova rotina fora do hospital, o foco agora é cuidar dos seus, já que por tanto tempo cuidou dos outros. A irmã de Maura será a primeira a contar com seu olhar cuidadoso. Este é o plano imediato, segundo ela. 

“Acredito que tudo aquilo que a gente faz na vida, e nos deixa bem, é o que realmente deve ser feito. Eu estou bem”, finaliza, encerrando um importante ciclo em sua vida. 
Pelo exemplo corajoso da assistente social, exaltamos os atributos da essência feminina, tão capaz de realizar qualquer propósito a que se determina. Seja quando for, seja como for. Recomeços fazem parte da vida. Feliz Dia Internacional da Mulher.