Os desafios da Maternidade

Nasce um filho, nasce uma mãe, a mulher que não importa a idade que tenha ou o quanto tenha conhecimento, vai experimentar um aprendizado diário, repleto de desafios e receios, mas também de um sentimento inigualável por outra pessoa. A maternidade é uma jornada pessoal e a todas que optam por ela, nossa admiração, especialmente no Dia das Mães

Vou começar a matéria por mim porque depois que fui mãe pela primeira vez, há quase 14 anos, descobri minha melhor versão. Samira e Amanda justificam cada passo dado até aqui e certamente os mais significativos que darei.

Nesta entrega total e repleta de um amor imensurável, enfrento minhas particularidades, assim como cada mãe deste multiverso. Buscando aprender mais, e também homenagear as mulheres que decidiram pelo papel em suas vidas, divido com você os mundos da Thaíse, que na flor de sua juventude escolheu a maternidade; da Vaneli, que ao inaugurar a fase da pré-adolescência de sua primeira filha, buscou a segunda fora da barriga e da Sabrina, que descobriu que seu filho era Down só depois do nascimento.

Os sentimentos de cada uma de nós, as batalhas que enfrentamos, as dores e as delícias fazem parte da missão. Vem tudo em um pacote só a nos dizer que os desafios valem a pena e são pequenos diante do tanto que transborda a alma quando nossos olhos pousam nas mais intensas razões do nosso amor: nossos filhos. 

 


 

 “Eu e meu esposo Volnei sempre tivemos o desejo de ter mais de um filho, depois da chegada da Carol. O tempo foi passando e quando nos demos conta, deparamos com a dificuldade de engravidar, o que fez com que a ideia de optar pela adoção fosse amadurecendo. 

A Carol queria ter um irmão ou irmã e dizia que gostaria que fosse da barriga da mamãe, mas que se não fosse possível, poderíamos adotar. Então, seguimos em frente e quando o processo já estava encaminhado, falamos para o resto da família. Ninguém se opôs!

Ficamos na fila da adoção por 15 meses, tempo da minha gestação. Como nós não tínhamos a idade exata da criança, e nem o sexo, tudo foi uma surpresa, o que fez com que nossa rotina mudasse totalmente. 

Há um ano recebemos a ligação para irmos conhecer a nossa filha e no prazo de 48 horas ela já estava conosco! Meu amor por elas é igual e eu sinto que é como se a Adriele já fizesse parte das nossas vidas antes mesmo de sua chegada.

Como são duas meninas com idades diferentes, tento dar atenção igual para ambas e agora com a pandemia estou mais em casa.

Adriele ainda não sabe que é adotada, mas com o passar do tempo vamos contar para ela. 

Entre erros e acertos, acredito que sou uma boa mãe. Todos os dias são diferentes com desafios e emoções distintas, nem tudo é perfeito, mas viver é uma arte e devemos aproveitar todos os momentos”.

Vaneli P. Da Silva
46 anos, mãe da Caroline, de 13 anos e da Adriele, 15 meses.

 


 

 “Quando a Sara nasceu eu tinha 21 anos e não tinha noção nenhuma de como seria o parto, o que para mim foi uma experiência bem difícil! Logo depois foi muito estranho pensar que eu ia ter que levar ela para casa, que era a minha bebê, que eu tinha que cuidar dela a partir dali. Em contrapartida, o instinto de mãe já nasceu junto, apesar das dificuldades que enfrentei no puerpério.

A decisão de casar e ter filhos foi resultado do meu berço cristão. Eu falava sobre ter uma casa, um carro e tal, mas a gente chegou à conclusão que poderia conquistar tudo com os filhos. Tenho a impressão que eu poderia não ter invertido as coisas, poderia ter estudado primeiro, mas naquela época tomei a decisão que parecia correta para mim. 

Três anos depois da Sara veio o Ethan, hoje com dois anos. Tudo diferente! Eu já tinha mais experiência e pude me virar sozinha. Meu casamento com o Eduardo terminou recentemente, mas nada foi em vão porque temos duas crianças maravilhosas agora. 

Não me arrependo das escolhas que fiz. Apesar de ser difícil, para mim os meus filhos são a minha vida e eu não os trocaria por nada, por mais que eu tenha aberto mão de coisas lá no começo, não mudaria nada. Eles são o melhor que aconteceu na minha vida e eu ainda tenho planos como o de fazer um curso técnico em Enfermagem e começar a trabalhar na área. 

Ser mãe é uma responsabilidade imensa: formar dois seres humanos, que no futuro vão formar outros seres humanos! Por isso educo com amor para que sejam decididos e se façam ouvir”.

Thaíse Mônica de Lemos Muller Onzi
26 anos, mãe da Sara, cinco anos e do Ethan, dois anos.

 


 

“Não sei explicar o que aconteceu, só sei que quando o médico me pediu se eu tinha notado que o meu filho era diferente, disse que não havia notado nada e ele disse: ‘infelizmente, ele tem síndrome de Down’ e eu olhei para ele e respondi: ‘ok doutor, não tem problema. Só quero que o meu filho tenha saúde, o resto não importa!

A Síndrome não apareceu em nenhuma Eco, sendo que fiz todas, mês a mês. Eu sempre tive muito medo de ter alguma complicação no parto e perder o Henrique por algum motivo, então ele ter nascido bem e com saúde foi o que importou. 

Meu marido Daniel sofreu um impacto um pouco mais forte porque o médico, pediatra de plantão, contou para ele primeiro e disse uma porção de mentiras a ele. Nunca tínhamos tido contato com outras pessoas com a Síndrome, a não ser a filha de uma conhecida, e confesso que quando eu era mais nova tinha medo de ter um filho com a trissomia, mas ainda bem que com a idade vem a maturidade!

Só sei que eu amo o Henrique desde o primeiro instante que eu o vi, e esse amor aumenta a cada dia e cada conquista dele é minha também. Ele é uma criança normal, mas com o seu tempo de desenvolvimento e algumas limitações, porém ele é superinteligente e entende tudo que falamos ou que acontece ao redor dele.

Superamos os obstáculos juntos e celebramos as conquistas: começar a engatinhar, conseguir ficar em pé sozinho, sentar sozinho, tudo isso foi acontecendo naturalmente no tempo dele. 

Ser mãe do Henrique é o melhor presente que eu ganhei em toda a minha vida, ele veio para nos transformar. Acordo feliz todos os dias, porque ele acorda e dorme sorrindo, ele me ensina a ser mais amorosa, leve, mais grata, mais paciente. 

Tudo é questão de aceitar o seu filho como ele é, lutar para que ele se desenvolva normalmente e celebrar as vitórias diárias”.

Sabrina Peretti Miranda Portolan
40 anos, mãe do Henrique, um ano e cinco meses.