Farroupilha volta a ser destino turístico

A vitória é resultado do trabalho de pessoas que sempre acreditaram nos encantos naturais e na força das ações conjuntas. Neste 8 de maio, Dia Nacional do Turismo, Francis Casali, que esteve à frente da Secretaria de Turismo e Cultura, fala sobre o assunto dando o dever por cumprido… por ora

Quem consegue evitar o orgulho por pertencer ou estar em uma cidade com atrativos que a lançam como destino turístico? É o caso de Farroupilha, o berço da imigração italiana na serra gaúcha. Nos últimos anos, o turismo na cidade recebeu atenção especial e os frutos disso ganham espaço em âmbito nacional.
Para falar com propriedade, Francis Casali, que esteve à frente da secretaria de janeiro de 2017 a março de 2020, durante o segundo mandato da gestão de Claiton Gonçalves. “No ano passado, Farroupilha foi um dos dez destinos turísticos mais ofertados no Rio Grande do Sul, o que fala muito do momento que a cidade vive no turismo. É um ressurgimento, uma vez que já foi destino turístico nas décadas de 40, 50 com o Desvio Blauth. Temos todos os tipos de turismo: de compras, religioso, de aventura, rural, enfim, para todas as idades”, resume Casali.

Contribuíram muito para a conquista as revitalizações importantes de lugares como Parque dos Pinheiros, Parque da Imigração Italiana – com a criação do Museu da Uva e do Vinho -, Parque do Salto Ventoso e as valiosas parcerias que foram firmadas para a disseminação da ideia de que o turismo é uma forma de desenvolvimento da cidade. “Todos os agentes do trade turístico – empresas que ofertam serviços como hotelaria, restaurante, viagem – entenderam a importância de vender o destino para que possam vender seus produtos e desta forma Farroupilha evoluiu na questão, de forma unida. Esta é uma grande conquista”, afirma.

Outro marco de fortalecimento, segundo Casali, foi o roteiro Farroupilha Colonial, criado em parceria com o Senar e o Sintrafar (Sindicat o dos Trabalhadores Agricultores Familiares de Farroupilha) pelos cursos de turismo rural. O roteiro foi vice-campeão, em 2019, no Prêmio Nacional de Turismo.

 

Caminhos de Caravaggio

“Um roteiro turístico que, ao meu ponto de vista, é um dos mais impactantes a longo prazo, pois já tivemos, em menos de um ano, mais de duzentos caminhantes! É um roteiro que faz a pessoa ficar na serra cerca de dez dias. A força do turismo religioso é imensa em nossa região, tanto que foi criado, no Santuário de Caravaggio, o primeiro Centro de Atendimento ao Turista, que funciona nos finais de semana, e tivemos melhorias na pista de caminhada que leva ao santuário, enfim, ampliação de obras que dão infraestrutura para o turista”.

 

Capital Nacional do Moscatel

“Tivemos a chancela da lei federal que reconhece Farroupilha como Capital Nacional do Moscatel e a partir daí, abriram-se possibilidades para vendermos turisticamente a cidade em Portugal, Itália – participando da Vinitaly, sendo palestrantes na segunda maior feira de vinhos do mundo – Rio de Janeiro, onde também falamos sobre o Salto Ventoso. Enfim, nós tivemos abertas as portas do turismo para Farroupilha”. 

Francis Casali assegura que todas as conquistas oportunizam fortemente a venda de Farroupilha como destino turístico, o que significa transformar o turismo em vetor de desenvolvimento econômico para a cidade. 

 

Salto Ventoso

“Parque revitalizado e turismo rural premiado foi possível buscar recursos junto ao Ministério do Turismo para o asfaltamento da estrada que leva ao local, ligando o Salto Ventoso ao centro de Farroupilha e também a RS 813, que vai incluir Garibaldi e Bento Gonçalves, Vale dos Vinhedos, um dos grandes pedidos das principais companhias que vendem turismo no Estado. O asfaltamento vai trazer mais visitantes ao local. Nossa ideia é que, no mínimo, em um ano a gente tenha o dobro de visitantes”.

 

Mudanças

Não se pode falar de desenvolvimento sem citar os eventos que mudaram a cara da cidade, como a maratona cultural, Festival do Moscatel, Farroupilha Bem Gaúcha, Jantar do Peixe, Expo Farroupilha e Fenakiwi, Entrai e o Vívere. “A grande marca desta gestão foi a criação de ventos populares, nos quais há grande participação de público. Um sucesso absoluto é o Vívere, que logo na primeira edição já atraiu mais de cinco mil pessoas”, ressalta Casali.
Como vivemos um período que requer atenção por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, o desfrute de tudo que Farroupilha oferece em termos de turismo e entretenimento está temporariamente suspenso, mas a força demonstrada pelo turismo como potente auxiliador de progresso econômico foi percebida e compreendida, o que desenha um futuro promissor à cidade. 

Mudanças externas e internas. O tempo que passou na administração pública provocou transformações no profissional Casali, que até iniciou um mestrado em Turismo para se qualificar mais. Ele diz que as vivências ampliaram sua visão, que se tornou mais técnica em relação ao turismo da cidade, e o fizeram evoluir como cidadão. “Passei a enxergar a força da cadeia da uva e vinho, da religiosidade e de todos os players do turismo em nossa região. É muito importante que, independente de política ou ideologia, o trade possa trabalhar unido, sem concorrência, porque o povo farroupilhense entendeu que o turismo serve para ganhar dinheiro e o papel da prefeitura é fomentar isso para atrair turista e desenvolvimento”, esmiúça.

Por ora, Casali sente que o dever está cumprido. “Sei que tenho mais para contribuir, mas no momento, sinto-me realizado com as conquistas”, diz o pré-candidato a vereador e o homem que assegura que não sossegaria, caso fosse de fora,  até passar por de trás da cascata do Salto Ventoso, ou entrar no Santuário de Caravaggio, ou provar os vinhos e cervejas produzidas em Farroupilha.