Amélia Tartarotti é escolhida Cidadã Emérita de Farroupilha

A honraria é destinada aos farroupilhenses natos que, através de sua conduta e trabalho, tornaram-se corresponsáveis no desenvolvimento da cidade

Farroupilha é feita de inovação e inegavelmente, de muita tradição. Na cidade há famílias que carregam em seus sobrenomes muita história, enraizada aqui mesmo, e transmitida de geração a geração. No dia 20 de novembro, dona Amélia Rizzo Tartarotti receberá o título de Cidadã Emérita de Farroupilha, em sessão solene na Câmara dos Vereadores, às 18h. No dia seguinte à homenagem, 21/11, ela completará 97 anos! Nascida em 1926, antes da emancipação da cidade, ocorrida em 1934, dona Amélia está bem de saúde, com uma lucidez notável e sem usar óculos! Observações estranhas, mas relevantes quando se trata de alguém perto dos 100 anos de idade. A receita para a longevidade? “Boa alimentação e vida social intensa”, ajuda a responder a filha Beatriz. Conhecendo a esposa de Wilson Guilherme Tartarotti, falecido aos 42 anos, e mãe de Marlize Helena, Marli Terezinha, Margarete Maria e Beatriz Regina, todos os substantivos que expressam elegância lhe cabem. “Eu ia dirigindo a Porto Alegre, com as quatro meninas dentro do carro, para ver a moda da capital. Comprava sapatos para elas e depois voltava”, relembra a mulher que ganhou como a mais bem-vestida do Baile da Pelúcia, no Clube do Comércio de outrora. A filha Marlize conta que a mãe sempre teve esta característica. “Meu pai mandava vir as revistas de São Paulo para vermos os vestidos e nossa avó Eliza Bartelle os costurava para nós. A mãe sempre gostou de moda”, entrega. A apreciação pela moda andava de mãos dadas com o gosto pelos jogos de cartas com um grupo notável de amigas, que incluía nomes como Ruth Colombo, Elvira Francischini, Nelsa Bartelle, Clélia Covolan e Anita Bortolossi, realizados nas tardes de segunda, quartas e sábado. Tudo regado a chá, conversas e risadas. Cada rodada na casa de alguém, incluindo a casa do amigo Dirceu Dalla Riva, cujo nome dona Amélia citou, ciente de seu recente falecimento. “Naquele tempo, a cidade era uma grande família”, concordam as filhas. Grande família também formou dona Amélia, com seus 11 netos e sete bisnetos! Entre uma recordação e outra, a citação das inúmeras viagens que fez pelo mundo e a sabedoria na resposta sobre qual deles mais a marcou: “Todas elas”, complementa rindo, a mulher que também esteve na inauguração de Brasília e chegou a dividir conversa com o então presidente da República, Juscelino Kubitschek. Hoje, dona Amélia conta com a presença de cuidadores, dia e noite e a companhia das filhas que estão por perto. “Ela tem um grupo de seis pessoas assessorando e ainda assim não se dá conta dela”, ri a filha Beatriz. “Eu gosto da casa sempre limpa e também das minhas compras de mercado”, inclui, atenta, dona Amélia. Prestes a fazer aniversário, ela diz que está orgulhosa com o título que vai receber. “Foi uma surpresa para mim e estou muito orgulhosa com isso”, finaliza a gentil senhora, que não me deixou sair de sua casa sem presentear-me com uma de suas estatuetas que adornam a lareira da sala.