Maioli Assados & Cia: desde 2004 surpreendendo paladares

Ele um assador de primeira; ela, cozinheira de mão-cheia. Um casamento que deu certo também com a cidade aniversariante

Inegavelmente Farroupilha é terra de gente que empreende, até mesmo em tempos em que se lançar a um trabalho com garra total não recebia este nome, empreender. Quem conhece a fama de uma marca, não imagina o quanto há de esforço por trás dela. Não apenas de uma pessoa, mas de uma família inteira, como a Maioli Assados & Cia.


Avelino Maioli, o patriarca, é o chef de bigode da logomarca da empresa que nasceu, em 2004, da habilidade em assar carnes. Ele, a esposa Lídia e os filhos Felipe, Aline e Ricardo apostaram tempo, recursos e sonhos no empreendimento que hoje é parte da cidade com a tradição do matambre do seu Maioli e do molho de frango da macarronada da dona Lídia.

O sucesso tem história. E quem começa contando é o famoso assador. “Eu dizia: ‘antes de morrer vou ter meu restaurante’, era meu sonho de menino nascido na colônia, na linha Ely. Aos nove anos comecei a trabalhar no pesado, meu pai adoeceu e eu precisava ajudar em casa com os cinco irmãos e naquele tempo nem tínhamos chuveiro, o banho era na cascata. Andávamos quatro quilômetros para ir à missa, todo domingo”, relembra seu Maioli.

O tempo foi passando e a jovem Lídia começou a visitar o avô, vizinho de seu Maioli. Ali começava a história de amor que resultou em um casamento que completa 50 anos neste dezembro! “Quando casamos, eu não queria ir para a roça, mas fui e no começo ainda criávamos frango e o Maioli também entregava leite na cidade. Aí os filhos vieram e a locomoção até a cidade era mais complicada. Pensando neles, resolvemos abrir nosso negócio na cidade, uma banca de frutas em sociedade com minha irmã e cunhado, bem aqui onde estamos hoje”, conta dona Lídia, apontando o lugar onde está o restaurante e a casa da família hoje.
Com a fruteira veio o mercadinho e a venda de matambre, maionese e galeto aos fins de semana. Era a Fruteira Imigrante, que durou uns 10 anos, tempo em que seu Maioli fazia os bicos em restaurantes alheios como churrasqueiro e ainda trabalhava com o primo, Beto Maioli. Dona Lídia seguia no negócio.

“As gurias da malharia Marinello vinham almoçar e eu preparava aquela comidinha de panela, simples. Aí começaram a pedir jantinhas até que para atender, resolvemos abrir nosso restaurante. Não foi fácil! ”, afirma a esposa. “Não tínhamos nada! Não tínhamos dinheiro para comprar as coisas e até as louças pegávamos emprestadas… até que o Amauri do açougue Razzera nos deu um voto de confiança: pegava as carnes e pagava depois e assim começou a engrenar. A parceria dura até hoje”, acrescenta o marido.


Ano após ano mantendo a qualidade dos ingredientes e o capricho no preparo renderam a fama que o lugar tem hoje. A inserção dos filhos no negócio trouxe a modernidade junto. “Hoje usamos a tecnologia para chegar mais perto dos clientes e também como ferramenta para agilizar o atendimento, o que conta muito na experiência de compra conosco”, implementa Ricardo, que há 12 anos faz parte do time.


Hoje, o Maioli Assados atende almoço presencial de terça a sábado; sábados e domingos com encomenda de assados acompanhados de porções de maionese, polenta frita, bata frita, queijo à Milanesa, matambre, macarronada; os jantares com carnes nobres e acompanhamentos para grupos fechados intitulados as “Quintas do Maioli” (todos com tele-entrega e retirada), além da venda dos pratos congelados, como as lasanhas, mondongo, filé à Parmegiana, diversas massas tradicionais e recheadas e os cortes especiais de gado da raça Angus.


Para dar conta de tudo, dos 300 pratos semanais e dos 400 a 500 dos fins de semana, a família conta com a ajuda de auxiliares que, nos fins de semana, chegam a formar uma equipe com 25 pessoas.


Maioli Assados caiu no gosto do paladar farroupilhense ao ponto de formar fila para retirar pedidos. A fama saiu dos limites geográficos da cidade e corriqueiramente o espaço recebe grupos de fora. “E pensar que tudo começou em um fogão com quatro bocas! ”, admira-se dona Lídia, que confessa nunca ter imaginado a vida de cozinheira para si mesma.

No álbum de fotos de pessoas que passam pelo restaurante, figuram nomes importantes de empresários, artistas e de gente querida do casal que evoluiu apurando receitas e mantendo a família unida, especialmente com a chegada dos quatro netos!


Seu Maioli e dona Lídia fazem pratos que atraem público e em meio a tantos sabores, se deliciam com pão caseiro, ovo frito e tomate no jantar a dois. Celebram o aniversário não apenas da união, mas da cidade que os viu crescer. “Deu certo”, diz seu Maioli, com um sorriso largo embaixo do bigode.

*Na véspera de Natal, domingo, 24/12, Maioli Assados trabalha normalmente com as encomendas de assados.
Depois disso, férias e retorno no dia 16/01.

REPORTAGEM: Claudia Iembo