No dia da mentira, um tema atual

Pistantrofobia, o medo de confiar nas pessoas

As plataformas de streaming estão repletas de documentários, séries, minisséries e filmes que revelam como golpes e mentiras podem afetar seriamente o emocional das vítimas. “O Paraíso e a Serpente”, “Dirty John”, “O Golpista do Tinder”, “Inventando Anna” e “The Dropout” são algumas produções que abordam o estelionato emocional – a prática de se aproveitar de uma pessoa para obter lucros e vantagens.
Em muitos casos, o prejuízo vai além da questão financeira e está longe de ser apenas uma mentira ou “brincadeira leviana” de 1º de abril (oficialmente, o Dia da Mentira). Experiências amorosas negativas e frustrantes, situações perigosas ou relacionamentos tóxicos colocam em risco a coragem das vítimas e as impede de voltar a se apaixonar ou se relacionar socialmente.
Esse medo exacerbado de confiar nas pessoas tem nome: pistantrofobia.
Sofrer de pistantrofobia pode arruinar rapidamente a vida de uma pessoa porque a confiança no outro é fundamental, para qualquer ação.
Segundo os psicólogos, para estabelecer níveis de confiança é preciso colocar à prova, por um certo tempo, as primeiras impressões sobre outra pessoa e testar sua confiabilidade. A desconfiança é útil se praticada em pequenas doses e com sabedoria, porque alerta sobre possíveis perigos à integridade física e emocional.
Quem tem pistantrofobia se convence de que, mais cedo ou mais tarde, será traído ou desapontado novamente e, por isso, nega a si qualquer chance de aproximação com outras pessoas. Nestes casos, o pessimismo crônico se confunde com cautela.
Não há idade para se tornar fóbico e a origem das fobias pode estar enraizada nos primeiros laços emocionais.
O tratamento das fobias é possível desde que as causas – geralmente múltiplas – sejam identificadas. A orientação é procurar um psicólogo para avaliação e indicação do tratamento mais adequado.