Terezinha Gobatto Damiani – Em Farroupilha DESDE 1919

Dona Terezinha Gobatto Damiani vive com as filhas na cidade e está prestes a completar admiráveis 104 anos!

FOTO: Claudia Iembo

Existe algo chamado sincronicidade, que vai bem além de uma simples coincidência, mas sem querer discutir o fenômeno observado por Carl Gustav Jung, ela existe. Saí à procura de uma senhora cujas informações que eu possuía era o nome e o nome da rua onde mora. Acertei na segunda casa em que bati. Após apresentar-me, sua filha, dona Erna, me disse que estava pensando em procurar o jornal para publicar uma foto da mãe Terezinha, que em 20 de fevereiro vai fazer 104 anos! Ficou espantada com a situação e eu, feliz por isso.
Dona Terezinha Gobatto Damiani já não possui a lucidez de antes, mas esbanja saúde, sem tomar medicação alguma! As filhas Erna, 73 anos e Eni, 80 contam que há pouco mais de dois meses ela caiu e quebrou o fêmur, precisando passar por uma cirurgia. Fez a cirurgia e dias depois andava pelo quarto do hospital, querendo sair para dançar e tomar meio copo de vinho! “Os médicos nos dizem que é a teimosia dela que faz ela viver! ”, complementa Erna.
Dona Terezinha, que hoje passa o tempo mais sentadinha no sofá da sala, quietinha, em companhia daqueles que ainda vivem em sua lembrança, sai para umas voltas no jardim da casa, onde mora com as filhas. O portão fica chaveado para evitar surpresas, que chegaram a acontecer, como ela sair para passear fora de casa.
A farroupilhense trabalhou na roça, teve quatro filhos e enfrentou as dores das perdas: perdeu a filha mais velha e a caçula, portadora de deficiência; o marido Leonelo, de quem cuidou antes disso por ter amputado uma perna; um neto.
Enfrentou suas lutas, escondendo os remédios que deviam ser tomados embaixo da cama. “Ela não toma, não tem jeito, e tem a saúde melhor que a nossa”, conta Eni. Vai ver, este é o segredo da longevidade da dona Terezinha, que não dispensa um prato de massa e cebolas na salada. “Ela come e dorme muito bem. De vez em quando amassamos um comprimido na uvada que ela gosta de passar no pão porque é necessário, se não, não tem jeito de tomar remédio”, contam as filhas.
Dona Terezinha é a única que está viva dos 22 irmãos que teve. Resiste ao tempo sob os cuidados principais da filha Erna que, assim como a irmã Eni, diz que não quer viver tanto quanto a mãe.
Despedi-me das senhoras – que vão comemorar o Natal com um almoço com todos os membros da família antes do dia 24 de dezembro – prometendo voltar para um café e ganhei um sorriso da senhora que DESDE 1919 vem marcando sua história na cidade onde nasceu.

Na próxima postagem vamos contar a história do seu Luiz Messinger. Não percam!


REPORTAGEM: CLAUDIA IEMBO
claudia@ofarroupilha.com.br