A busca pelo recomeço

Haitianos escolhem Farroupilha para reiniciar suas vidas após o terremoto que abalou o país

O olhar desconfiado denuncia a apreensão dos haitianos que vivem em Farroupilha. Os trabalhadores da Granja Stragliotto, situada na Linha Boêmios, Jean Saintima Noel, Jean Ronald Malan e Julner Jean buscam reconstruir suas vidas longe da família, que ficou no Haiti. Na granja, trabalham com classificação de ovos e vacinação de aves. Jean Saintima Noel, 35 anos, está no Brasil há três e na empresa, há pouco mais de oito meses. No Brasil ele já residiu no Amazonas e em Manaus. Das maiores dificuldades aqui no país, ele destaca o frio e a alimentação.

Vim para cá pelo trabalho, pelo salário, pois no Haiti as oportunidades de emprego são bem difíceis, explica ele, que é professor de Matemática e fala Espanhol, Francês, Inglês e Creoli, o dialeto local. A distância da família, a dificuldade de contato com os familiares e da comunicação pela língua portuguesa, são situações incômodas.

Muitas coisas diferentes, resume timidamente dizendo não querer mais falar, por não saber se expressar. Porém, o que ele não queria não parecia ser não se manifestar, mas sim, lembrar da realidade de seu país e principalmente, de sua família, que ficou por lá. Noel diz que sofre preconceito na cidade, mas que não se deixa abalar por isso. Se eu sofrer muita discriminação, não ficarei aqui, resume.

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