A morte do líder Padre Cícero

Em 1934, às seis horas da manhã do dia 20 de julho, Padre Cícero faleceu, deixando órfão o povo oprimido

Em 1934, às seis horas da manhã do dia 20 de julho, Padre Cícero faleceu, deixando órfão o povo oprimido do sertão. Com certeza, sua opção pelos pobres franqueou-lhe todo esse amor e admiração que ainda hoje lhe devotam os nordestinos. Cícero estreou oficialmente na política, como primeiro prefeito de Juazeiro, em 1911; em 1912, foi eleito Vice-presidente do Estado, e em 1914, participou da chamada Sedição de Juazeiro, quando o sacerdote entra para a história como revolucionário. Padre Cicero tinha um compromisso com o evangelho de Cristo, de dedicar sua vida à causa dos pobres. Em Juazeiro criou orfanatos, hospitais, escolas, abrigos de velhos, asilos para loucos, tudo funcionando às suas expensas. Lutou pela criação do patronato agrícola e do famoso açude do Carás.

Em 1898, padre Cícero foi a Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício. Ao retornar a Juazeiro, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero chegou a ser excomungado por ser revolucionário. Porém, estudos realizados décadas depois pelo bispo Dom Fernando Panico sugerem que a excomunhão não chegou a ser aplicada de fato.
Em 1977 foi canonizado pela Igreja Católica Apostólica Brasileira (diferente da Igreja Católica Apostó lica Romana).