O crescimento através do plástico

Farroupilha se destaca por ser a maior transformadora do estado de polietileno de baixa densidade, produzindo plástico filme e sacolas plásticas

Há muito o segmento de plásticos assumiu postos importantes na economia da região. De utilidade doméstica avançando para a indústria automotiva, os componentes plásticos estão inseridos em quase todos os materiais utilizados no dia-a-dia e são responsáveis por impulsionar a economia tanto do município quanto da Serra Gaúcha.
Isso mostra que a vocação industrial da região, até então voltada principalmente para a vinicultura e a metalurgia, passou também a ter o segmento plástico como mais um fator de seu desenvolvimento econômico.

A indústria de produtos plásticos no Rio Grande do Sul registrou bons resultados em 2010. Somente em termos de faturamento, houve um crescimento na ordem de 9% se comparado com o ano de 2009 e a perspectiva para 2011, é de um índice maior ainda.

Conforme dados do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul, o faturamento alcançou R$ 4,600 bilhões e consumiu 524 mil toneladas de resina. Além disso, a indústria gaúcha da terceira geração do plástico aumentou em 6% os índices de emprego no setor no estado, passando de 27 mil em 2009 para cerca de 29 mil em 2010.

De acordo com o presidente do Simplás, Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho, Orlando Marin, o setor é um dos que mais cresce na região e, Farroupilha aponta índices elevados desse crescimento. Nos últimos tempos muitas empresas voltadas ao segmento surgiram no município o que comprova a diversificação do setor e o relevante papel no desenvolvimento da categoria, salienta o presidente.

A informação é compartilhada pelo empresário farroupilhense Eugênio Razzera, vice-presidente do Simplás. Para ele, nos últimos 20 anos o setor plástico teve um crescimento muito grande. Razzera destaca que esse fato se deve a itens como alta tecnologia empregada no setor, às tendências na utilização dos componentes, à qualidade dos produtos fabricados e na união do setor em prol do desenvolvimento, através da parceria com o sindicato da categoria. O consumo de materiais plásticos aumentou em função do mercado apresentar inúmeras opções. Outro ponto a ser destacado é a contribuição do setor na utilização de novos itens. Hoje, podemos encontrar materiais plásticos em tudo, desde a mais básica utilidade até na indústria automotiva, na medicina e na fibra ótica, por exemplo, destaca.

Um dado que revela a pujança local é o fato de que o município de Farroupilha hoje é considerado o maior transformador de polietileno de baixa densidade do Rio Grande do Sul. O município sozinho produz cerca de duas mil toneladas por mês de componentes de plástico filme e sacos plásticos.

Essa marca também coloca o município como forte expressão do setor na região. Farroupilha representa o município com maior número de empresas voltadas a extrusão, utilizado para obtenção de filmes de PEBD, para uso em sacos plásticos, ou tubos de PVC ou PE. Já, Caxias do Sul domina a injeção, processo que permite a confecção de utensílios plásticos em geral, como bacias, tampas, caixas, pára-choques e calotas, entre outros.

Embora Farroupilha não possua dados concretos que revelem a realidade, em termos de representatividade, indicativos do Simplás, apontam que as indústrias inseridas na cadeia produtiva do setor de plásticos do município somam aproximadamente 27 empresas.

Como cadeia produtiva do segmento estão inseridas empresas de calçados, matrizaria, máquinas, pigmentos, componentes de resistências e matérias elétricos, entre outros. 

Confira mais sobre o assunto na edição impressa nº 1729
 

Texto Adriana Lins