Querido Papai Noel, este ano juro que me comportei!

Papai Noel dos Correios é um dos maiores projetos de inclusão social do País.
Este ano, mais de 1.600 cartas foram entregues na agência do município, pedindo presentes para um Natal mais feliz

Tatiane De Bastiani

Uma simples ação beneficente entre colaboradores do Correios tornou-se um dos maiores projetos de solidariedade do Brasil. Há 22 anos é realizado o Papai Noel dos Correios, que recebe cartas de muitas crianças carentes. Desde o ano passado foi lançada uma parceria da empresa com escolas municipais e estaduais, abrigos, creches e núcleos sócio-educativos, para alavancar ainda mais o projeto. Esta parceria no nosso município começou este ano, por escolas municipais e uma escola estadual.

O projeto visa atender apenas as crianças com no máximo 10 anos e que vivem em risco social, sendo uma carta por criança. Ao todo, mais de 1.600 envelopes chegaram à agência dos Correios do município, sejam pelas escolas parceiras no município: Senador Teotônio Vilela, Angelo Venzon Neto ou Vivian Maggioni, ou pelas crianças de forma direta. No estado, já somam-se mais de 30 mil cartas.

A parceria com as Escolas foi criada, pois independente da situação social das famílias, todas as crianças devem estar estudando. Desta forma elas não apenas pedem o que querem, mas aprendem também, a como escrever uma correspondência. Os Correios não querem apenas presentear, queremos oferecer educação as crianças, pois é a única forma de garantirmos um futuro melhor a todos, esclarece Silvia Raquel Rezende da Silva, gerente da agência de Correios de Farroupilha.

Em 2009, foi registrado o maior número de cartas recebidas, mais de um milhão e 900 mil.

Em 2010, a campanha foi vinculada a um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), denominado Educação básica de qualidade para todos.

Segundo Silvia, a maioria das cartas são atendidas pelo bom velhinho, porém, às vezes sobram alguns pedidos, normalmente os de maiores custos.Temos que ler e cadastrar todas as cartas de cada uma das crianças. Muitas vezes temos que nos segurar para não chorar com as histórias de vida, contadas por elas. Algumas crianças são tão humildes que nem pedem para si, mas para os amigos.Mas também já rimos muito com a maneira como pedem seus presentes: então tá Papai Noel, me dá logo uma bola! Super ansiosos.

Com a mesa cheia de presentes, a gerente ainda explica que não há funcionários específicos para atender ao projeto e sua grande demanda. São os próprios atendentes comerciais, gerentes e carteiros que separam, muitas vezes até fora do horário de expediente, pipas, carrinhos, bonecas, vídeo-games, bicicletas e até lap tops. Tudo para manter viva, a magia natalina nas crianças.

Quem quiser ser padrinho e adotar uma cartinha, pode procurar os Correios e escolher a que preferir, independente de sua idade. Para este ano, não há mais como contribuir. O projeto volta a funcionar em dezembro de 2012. Os padrinhos, por motivo de segurança das crianças, não podem conhecê-las. Também podem ser montados grupos de pessoas para a adoção das cartas, pois o que vale mesmo é ver o sorriso estampado no rosto de quem leva a pureza da vida e poder fazer o Natal das crianças, um pouco mais feliz.