Técnica para obtenção de células-tronco no combate à dor é aplicada no São Carlos

A parceria entre os médicos Leonardo
Weissheimer e Caio Rondon coloca
Farroupilha na rota dos modernos procedimentos

Cláudia Lembo
claudia@ofarroupilha.com.br

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Farroupilha, especificamente o Hospital São Carlos, sedia ineditamente uma novidade em Medicina Reconstrutiva Regenerativa com a técnica ADSC, difundida na Espanha e Argentina, trazida e aplicada pelo fisiatra e médico da dor Caio Rondon em parceria com o cirurgião plástico Leonardo Weissheimer.

Em 23 de agosto, quatro pacientes passaram por uma Lipoenxertia, que consiste na transferência de gordura de uma área do corpo a outra com a finalidade de tratar artroses das articulações corporais. “No tecido adiposo encontramos maior quantidade de células-tronco, que são capazes de regenerar os tecidos articulares, e é neste ponto que entra a cirurgia plástica. Importante ressaltar que o que diferencia essa técnica moderna e atual de outros tratamentos intra-articulares já existentes é a possibilidade de a gordura enriquecida com células-tronco promover regeneração celular e, com isso, melhorar as lesões de artrose e tendíneas”, inicia a explicação o médico Weissheimer.

Diante disso, o paciente recebe uma anestesia local para a retirada de gordura que passará por um processamento, ali mesmo na sala de cirurgia, através de filtros para que as moléculas sejam quebradas até a obtenção da gordura mais concentrada possível, mais purificada. Só então ela é infiltrada na articulação doente, como quadril, joelho, ombro, cotovelo. “É uma técnica que não tem contraindicação e para a qual não existe rejeição, porque é utilizado o material do próprio paciente. Os pacientes respondem bem ao procedimento, cujos efeitos começam a ser sentidos em 20 dias e duram por dois anos, em média”, complementa Rondon, que há dois meses aplicou a técnica em seu próprio pai, de 76 anos, que já está melhor da osteoartrose no ombro.

Segundo ele, procuram a técnica os pacientes mais idosos, que já têm artrose, e também os jovens que querem prevenir próteses no futuro. No procedimento que acompanhamos, o paciente de 37 anos, de Porto Alegre, fez a infiltração com sua própria gordura no ombro e joelho, e foi para casa no mesmo dia. A recomendação pós-procedimento é evitar esforço físico por sete dias.

Rondon possui consultórios em São Paulo e Campo Grande, e ficou muito satisfeito com a estrutura que encontrou no hospital farroupilhense, onde atua Weissheimer. ‘É indispensável um bom ecógrafo para guiar o médico na infiltração da articulação, por exemplo, e aqui eu encontrei toda a estrutura necessária”, ressalta o médico paulista, que voltará à cidade em dois meses para novos procedimentos.

A técnica ADSC custa, em média, R$ 16 mil. Com o Hospital São Carlos, Farroupilha figura na rota das eficazes parcerias profissionais para os modernos procedimentos da Medicina.