O Coronavírus, cálculos errados: as sérias responsabilidades do governo

A extensão da epidemia de Covid-19 – o Coronavírus, na Itália é extremamente grave e todo o planeta está acompanhando

A extensão da epidemia de Covid-19 – o Coronavírus, na Itália é extremamente grave e todo o planeta está acompanhando seu progresso com apreensão. Não há dúvidas de que os futuros historiadores terão muito à dizer sobre as irresponsabilidades do governo italiano, no momento crucial, quando iniciou a propagação do Coronavírus no norte da Itália. No dia 26 de fevereiro foi registrado o primeiro caso autóctone em Milão, passados apenas 18 dias do registro do primeiro caso já são mais de 10.000 infectados e 630 mortos em todo o território italiano.
O país, mais de 60 milhões de habitantes,  está isolado do resto do mundo, as fronteiras estão fechadas, a Itália sofre um severo abalo social e perdas econômicas que já superam os 7 bilhões de euros. Quando essa difícil situação passar, serão feitas as avaliações pertinentes e, se chegará a conclusão que a classe política administrou de forma medíocre essa crise, gerados três erros fatais:
Erro 1: subestimar a gravidade da ameaça da epidemia de coronavírus, tentando tirar vantagem política das circunstâncias, apesar das advertências dos especialistas,  uma emergência de saúde foi tratada como emergência democrática, sobrepondo as disputas políticas e não a saúde dos italianos. 

Erro 2: desistir de uma campanha massiva de exames, quando a medida ainda seria efetiva, por medo de prejudicar a imagem da Itália no exterior.

Erro 3: insistir na necessidade de reiniciar a economia, no momento máximo da propagação da epidemia, como se esse objetivo não tivesse o efeito de facilitar o contágio. 

Pode se afirmar, com base nas evidências estatísticas disponíveis, que o fato de não ter intervindo de maneira drástica e imediata gerará um custo enorme em termos de vidas humanas, muito mais impactante que em termos de riqueza.
O número de pessoas já infectadas é muito maior que o número de positivos, e o número de mortes dobra a cada 48 horas, por enquanto, sem mostrar sinais de desaceleração.
O sistema de saúde publico italiano è excelente, entretanto, não está dimensionado para atender uma epidemia desse gênero, já faltam profissionais e estrutura física para atender os casos. Se, como muitos especialistas consideram possível, o vírus atingir até 20% da população (12 milhões de pessoas), as mortes não serão de 3% dos casos (360 mil pessoas), como vem se demonstrando estatisticamente, mas de pelo menos triplo ou quádruplo, ou seja, 1 milhão de pessoas ou mais, dada a insuficiência de recursos. A Itália não agiu o suficientemente rápido e agora está tomando medidas drásticas para salvá-la de uma catástrofe potencialmente pior do que uma guerra.
A situação é gravíssima, nāo é exagero mediático. Essa epidemia se alastra velozmente e a lenta reação da classe política não consegue freiar a sua evolução. Falo em primeira pessoa, pois, estou escrevendo essa coluna desde o meu apartamento em Verona, capital do Veneto, uma das regiões mais afetadas pelo Covid-19.
Diferente daqui, no Brasil, no Rio Grande do Sul, em Farroupilha, os casos ainda são poucos ou inexistentes e a epidemia ainda pode ser evitada, entretanto, para isso,  o assunto deve ser abordado com muita seriedade, tomando medidas eficazes de forma imediata,  ouvindo a opinião dos especialistas e não a de políticos querendo se promover. Prevenir sempre foi muito melhor que remediar. 

Que Deus vos abençoe.