De volta para o passado

“Deve-se aprender sempre, até mesmo com um inimigo”. A frase, atribuída a Isaac Newton se encaixa na situação inédita que

“Deve-se aprender sempre, até mesmo com um inimigo”. A frase, atribuída a Isaac Newton se encaixa na situação inédita que vivemos: o novo coronavírus. Nossa rotina virou de cabeça para baixo. Hábitos foram alterados e restrições impostas diante de ameaças reais. As novidades também atingiram a programação esportiva. Me desculpem enveredar por um assunto que raramente enfoque neste espaço.

Com o passar deste tempo excepcional se constata a onipresença das diversas modalidades, principalmente o futebol em nossa rotina. As alterações impõem criatividade inesgotável a produtores e apresentadores de programas de rádio e tevê. É a tradicional “encheção de linguiça” com overdose de opiniões e “abobrinhas” para preencher o tempo.

Ao invés de jogos dos campeonatos estaduais, Copa do Brasil e Libertadores são exibidos jogos antigos com jogadores já aposentados, transformados em treinadores ou já falecidos. A gigantesca engrenagem do esporte mais popular do mundo travou. Dirigentes, jornalistas, atletas, empresários, curiosos em geral de debruçam sobre uma única pergunta: o que acontecerá daqui pra frente? 

Como sempre, os “limões” impõem criatividade para reinventar as atividades que impactam o futebol para fazer a “limonada possível de ser  degustada. Sou otimista por natureza, acredito em melhoras. Tenho esperança de que as dificuldades impactem nos salários irreais de uma reduzida casta de atletas. Sonho com camisetas oficiais dos clubes, hoje co preços inacessíveis, a preços acessíveis. Os ingressos, proibitivos a maioria dos apaixonados pela bola, quem sabe tenham patamares condizentes com o Brasil.

Daqui para frente serão tempos de choro e ranger de dentes. Campeonatos serão paralisados, não teremos campeões e 2020 será “o ano que não terminou”. Será algo inédito, impensável, dado como devaneio para quem, alguma vez, tenha imaginado uma epidemia de nível mundial capaz de impactar todos os segmentos.

Resta a nós, confinados em casa com familiares e animais de estimação, rever velhos craques e rever jogos inesquecíveis, amargar derrotas doloridas e degustar conquistas históricas do time do coração. Será um retorno ao passado para forjar o futuro bruscamente alterado. Assim, vamos conviver com a novidade – o coronavírus – com os olhos voltados para o passado.

Como tudo na vida, talvez com esta postura iremos valorizar aprendizados que lá atrás ignoramos ou simplesmente subestimamos.