Heróis do Interior
A velocidade dos avanços tecnológicos impôs desafios inimagináveis. Inúmeras atividades profissionais sofreram transformações que nem todos souberam acompanham. Muitos sucumbiram,
A velocidade dos avanços tecnológicos impôs desafios inimagináveis. Inúmeras atividades profissionais sofreram transformações que nem todos souberam acompanham. Muitos sucumbiram, outros mudaram de ramo e aprenderam sobre este novo momento e adaptaram seus produtos, métodos e procedimentos.
Neste aspecto, os jornais – principalmente do Interior – passaram por mudanças drásticas que até hoje exigem reinvenção. Além de adaptar um modelo consagrado de fazer comunicação, os proprietários de veículos impressos acumulam, também, a função de acostumar o próprio público às novas linguagens.
Adicionar blogs, sites com recursos de tevê e outras plataformas ao negócio é um processo lento e oneroso que exige sensibilidade. É histórico que toda novidade esbarra em resistências. Afinal, altera experiências consagradas pelo tempo. Existe, sempre, o medo de que o conhecimento de uma vida toda se esvaia pelo ralo, não servindo para mais nada.
Nascido no Interior e colunistas de cinco jornais em diversas regiões do Estado sou privilegiado pelos empreendimentos exitosos conheço e que comprovam a competência de jornalistas e empresários empenhados em oferecer produtos com conteúdo, modernidade e permanente atualização. O sucesso não é fruto do acaso. É consequência de interesse, estudo, reflexo, planejamento e execução eficiente que evita perda de tempo e dinheiro.
Há muitos anos acompanho algumas experiências de empresas jornalísticas. As transformações de periódicos trissemanais em diários foi um fenômeno que se transformou em dor-de-cabeça para muitos empreendedores. Um mercado que parecia promissor foi abatido pela crise que insiste em se manter, encolhendo orçamentos e despesas destinadas à divulgação.
Nós, que trabalhamos em comunicação, estamos acostumados a ver nossos projetos adiados, cancelados ou simplesmente ignorados sob o argumento das dificuldades. Fica a impressão de que qualquer pessoa faz divulgação, reforçada pelo advento do celular com o qual é possível elaborar textos, fazer fotos e produzir vídeos. A baixa qualidade pouco importa, afinal, os custos são reduzidos, fazendo com que um grande contingente seja multimídia, recebendo o que chamo de “unissalário”.
Apesar dos percalços os jornais impressos de nossos municípios resistem graças à insistência e modernização, mesclada com uma tradição consolidada entre os leitores. Tenho imenso orgulho de ser forjado neste modelo e persistir, ao lado de homens, mulheres, jovens, estudantes e veteranos “canetinhas”, jargão usado para os profissionais de veículos impressos.