Vida longa aos “velhos guris”

Li algures a máxima: “Um homem não morre quando seu corpo para, mas quando deixa de ser lembrado”. E a

Li algures a máxima: “Um homem não morre quando seu corpo para, mas quando deixa de ser lembrado”. E a 52ª Noite dos Destaques, evento que aconteceu em Cachoeira do Sul, homenageou dois personagens com mais de 90 anos que jamais serão esquecidos.

O troféu Competência Profissional foi para Geraldo Salzano, de 92 anos, médico que ainda exerce sua função (ou missão?). O troféu Personalidade Masculina foi para Simão Sklar, que se formou em Direito aos 94 anos. O feito virou notícia nacional e Simão contou ao jornal G1: “Após a morte de minha esposa, os filhos e os netos vinham aqui: ‘Vô, vem almoçar comigo?’. E eu dizia: ‘Não, me deixa que eu estou bem’. Até que um dia me deu um estalo: ‘Estou tendo uma atitude covarde, que exemplo que eu vou deixar pro meu pessoal?’ Foi aí que voltei a estudar”.

Eu trago em meu coração o case de sucesso de quatro profissionais que, mesmo aposentados, optaram em continuar dedicados a algo estimulante. O primeiro é meu pai, Benemídio, que está prestes a completar 82 anos, e desde 2004 exerce o cargo de presidente da Celetro (Cooperativa de Eletrificação Centro Jacuí). “Ter com que se ocupar é sinônimo de mente saudável e corpo ativo”, costuma dizer.

O segundo foi o advogado Edyr Lima, falecido aos 94 anos. Meu primeiro emprego foi como secretário em seu escritório, em Cachoeira. Na época, Dr. Edyr já tinha ultrapassado a barreira dos 70 e se orgulhava de se sentir realizado e conectado ao mercado.

O terceiro é o empresário Reinvin Horbach, de 91 anos, fundador do Grupo Horbach. Quando eu era funcionário do Bamerindus, na década de 1990, o via adentrar à agência cheio de disposição com uma pasta debaixo do braço para fazer o trabalho de office-boy (ou seria office-sênior?).

E o quarto foi Raul Randon, um dos maiores empreendedores do Brasil, falecido aos 88 anos. Nos 14 anos em que residi em Caxias, nunca deixei de garimpar suas lições.

A exemplo do grupo musical de terceira idade Velhos Guris, de Curitiba, que vem mostrando ao mundo que talento não tem idade, há “velhos guris” pelos quatro cantos do país que continuam trabalhando depois de aposentados e que sempre serão lembrados (principalmente pelos familiares) por sua garra e superação. Vida longa aos “velhos guris”!