Resgate cultural alemão
Felipe Kuhn Braun desde o início deste mês, passou a fazer parte da diretoria de uma entidade alemã, devido ao seu trabalho de resgate desta cultura

No dia 9 deste mês, Felipe Kuhn Braun, Jornalista e Escritor, 24 anos, passou a fazer parte da diretoria da Badisch Südbrasilianische Gesellschaft (BSG), com sede em Karlsdorf-Neuthard, na Alemanha. A BSG é uma entidade de pesquisas sobre a história dos Badenses (alemães nascidos no antigo Grão-Ducado de Baden), sobre os imigrantes dessa região e sobre seus descendentes no sul do Brasil.
A entidade possui 12 diretores e tem como objetivo encontros culturais, programas de intercâmbio, cursos de línguas e pesquisas genealógicas dos povos Badenses, em especial do século XIX. Braun assumiu o cargo de representante do Rio Grande do Sul da entidade.
Graduado em Jornalismo pela Universidade Feevale, Braun também cursa graduação e mestrado em História pela Unisinos. Seu trabalho é dedicado a pesquisas genealógicas, tendo organizado um imenso banco de dados com documentos e fotos históricas. Também é participante ativo em fóruns de genealogia na internet e escreveu e publicou quatro livros sobre o assunto: História da Imigração Alemã no Sul do Brasil (2010); Memórias do Povo Alemão no Rio Grande do Sul (2010); Memórias de Imigrantes Alemães e seus Descendentes no Sul do Brasil (2011); Cartas e Relatos de Imigrantes Alemães (2011).
Natural de Novo Hamburgo, Braun residiu em Farroupilha de 1995 a 2005 onde seus pais e irmãos ainda residem. Sua próxima publicação: Novo Hamburgo: da fundação a emancipação política 1824 – 1927, contará a história de sua terra natal.
Além destes livros, o Jornalista ainda criou um site e um blog para falar da imigração alemã: www.imigracaoalema.com / www.memoriadopovoalemao.blogspot.com.br. Nestes espaços são encontrados muitos acervos fotográficos e documentais, materiais para pesquisas e artigos.
Desde seus 14 anos, em setembro de 2001, que o jovem dedica-se ao trabalho de resgate histórico desta cultura. Ele começou com genealogia, depois com a procura de fotografias antigas e histórias e no decorrer dessas atividades, descobriu cartas, relatos, baús antigos, documentos do período dos primeiros imigrantes, livros em alemão gótico e uma extensa papelada. Escolhi essa área por gostar de história e por ter percebido quantos materiais estavam se perdendo nas localidades do interior. Percebi também, que muitas pessoas que sabiam essas histórias, já não estavam mais aí para contar os relatos de antigamente. Da minha avó paterna, que faleceu em 2000, veio a minha inspiração, explica o escritor.
Como diretor representante do estado pela BSG, Braun pretende ser o elo entre as comunidades do sul da Alemanha e do sul do Brasil e trabalhando em constante contato com as instituições afins, museus e lideranças que preservam os históricos e hábitos culturais dos descendentes de alemães no sul do Brasil. Para o jornalista, a herança trazida pelos colonizadores alemães misturou-se aos hábitos brasileiros, formando características únicas do sul do Brasil, uma história teuto-gaúcha.
As obras do escritor também estão disponíveis em arquivos na Argentina, em Portugal e Luxemburgo e por várias cidades na Alemanha. Seu primeiro livro, inclusive, também foi traduzido para o idioma alemão. Braun também é diretor de Genealogia do Museu Histórico Visconde, de São Leopoldo, colaborador do Instituto de Pesquisas Históricas da Universidade de Mainz na Alemanha e colaborador do grupo de estudos da História do Brasil e de Portugal, da Faculdade de Filosofia e Letras, na Universidade de Buenos Aires, Argentina.
Sou brasileiro e me orgulho do meu país, não me sinto alemão, mas por ter ancestrais de origens alemãs por todos os lados, vindos de seis províncias da Alemanha e por pesquisar toda essa história, naturalmente falo alemão, me comunico semanalmente com pessoas de lá, acompanho muitas notícias da Alemanha e planejo voltar para lá em 2013, somente para pesquisas, explica o Jornalista que já esteve na Alemanha em 2007, também para pesquisas.