Da rua para a sala de aula
As manifestações ocorridas em todo o país não ganharam espaço apenas nas ruas, mas também em salas de aula. Alunos

As manifestações ocorridas em todo o país não ganharam espaço apenas nas ruas, mas também em salas de aula. Alunos do ensino fundamental e médio expressam curiosidade e opiniões críticas quanto aos manifestos. As principais disciplinas a dialogar com os alunos sobre o tema são Filosofia, Sociologia e História. No entanto, outras como Português e Inglês aproveitam a pauta e abordam o assunto.
O diálogo está também nas escolas. Migrou das redes sociais para as ruas e agora chega à classe. Como é o caso da escola municipal Senador Teotônio Vilela. Aproveitando a pauta das manifestações, os professores destacam quais as reivindicações da escola em seu ambiente interno como os cuidados com a própria instituição, que é patrimônio de todos os estudantes. Os alunos da 8ª série também são estimulados a criar uma ação que deixe um legado, uma marca deles para a história da Escola. O interesse está partindo de todos os alunos, mas principalmente dos alunos da 8ª série, conta a diretora Elizete Turcati Kuhn.
No Colégio Estadual Farroupilha, os professores também trabalham o tema não apenas pela pauta em si, mas também pela violência indireta dos governantes aos cidadãos, os atos de vandalismo e as formas de como a população pode ser ouvida por meio dos manifestos. A definição dos assuntos está partindo principalmente dos questionamentos feitos pelos alunos, explica a diretora Clarice Baú Porto.
No Colégio Estadual São Tiago, a diretora Cláudia de Gasperi afirma que os alunos estão bastante críticos e apoiadores do manifesto. Na data, muitos deles foram às ruas para participar. O assunto também está sendo trabalhado na sala de aula por meio de diálogos interdisciplinares. Na Escola Municipal João Grendene, quem desenvolve projeto sobre as manifestações em nível nacional são os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) ministrados pelo professor de História, Pablo do Nascimento. O projeto intitulado Sustentabilidade aborda as formas de governo monarquia e república e agora também, as manifestações que vem ocorrendo pela democracia e todos os aspectos socioeconômicos e políticos envolvidos.
Os alunos, cujas idades vão de 15 a 70 anos, apresentarão ao final do projeto uma peça teatral sobre os manifestos. As demais séries do ensino fundamental, principalmente do 6º ao 8º ano, interagem com o tema pelas disciplinas de Geografia e História. Estamos transmitindo a todos os alunos a conscientização de que os manifestos pelo país registram um momento político de reivindicações, resume a diretora Magali Pontin.