Educação e conscientização ambiental caminham juntas
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) está engajado na expansão da
consciência ambiental. O campus Farroupilha contribuiu com sua parcela no recolhimento de mais de 10 toneladas
de resíduos eletrônicos e a Escola Municipal Angelo Chiele também faz sua parte com projetos que envolvem os alunos
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) realizou, em junho, a primeira edição do Desafio Sustentável com o objetivo de estimular o descarte correto e a consciência ambiental. O resultado da ação ocorreu no começo deste mês e acabou superando as expectativas da comissão organizadora: mais de 10,6 toneladas de resíduos eletrônicos arrecadadas.
Foram 11 unidades participantes, de dez diferentes municípios gaúchos. Os materiais recolhidos estão sendo encaminhados para cooperativas ou pontos de coleta públicos nos municípios. A equipe vencedora foi a do Campus Viamão, que chegou a 3.380 quilos de materiais eletrônicos e receberá uma premiação simbólica: um troféu produzido pelo projeto de extensão “E-lixo: da conscientização ao descarte ambientalmente correto”, desenvolvido no Campus Sertão do IFRS. No projeto, sucata eletrônica doada em mutirões é utilizada na elaboração de artefatos de arte.
O Campus Farroupilha arrecadou 88 quilos de resíduos eletrônicos e a ação segue nos meses de julho e agosto para oportunizar a colaboração do maior número de pessoas participando da ação, segundo o professor Murillo Pereira Azevedo, Coordenador de Extensão e responsável pela ação no campus Farroupilha.
“Assim como em todas as áreas do conhecimento, a educação é a principal ferramenta de combate à ignorância. As instituições competentes estão fazendo basicamente o que se espera: promovendo pontos de coleta e dando publicidade para as ações, mas cabe à população, juntamente com o comercio e indústrias, fomentar essa pauta de discussões na sua rotina. Pensa-se pouco no destino da casca da banana que comemos no café da manhã, pois se imagina que material orgânico “desaparece” na natureza, no entanto não podemos admitir uma abordagem tão rasa quando se trata destes bens de consumo, cada dia mais tratados como descartáveis. O descarte não é o último passo da cadeia mercadológica dos produtos e também não é o primeiro. Antes de pensar em descartar é necessário debater sobre a necessidade da compra/troca, debater sobre a publicidade apelativa do comércio que se vale da desculpa de impulsionar as vendas e aquecer o mercado. Existem outras formas de fazer a recuperação fiscal do estado e é insano acreditar que estimular o consumo compulsivo da população acarrete resultados sustentáveis ou até duradouros. Em nossas casas podemos educar nossos filhos para que não baseiem sua qualidade de vida pelos bens de consumo que conseguem adquirir. Não é o destino, mas com certeza é o caminho”, ensina Azevedo.
Angelo Chiele
Na Escola Municipal Angelo Chiele, o destaque é o projeto Plástico do Bem, no qual a instituição é referência, segundo o diretor Fernando Luiz Pegoraro.
“A importância desta ação consiste principalmente no descarte adequado de plásticos, influenciando diretamente na questão ecológica. Além disso, se constitui num meio de se adquirir verbas, pois a venda do plástico permite investimentos na própria escola. Não só os estudantes, mas toda comunidade se envolve para auxiliar no Plástico do Bem. Já existe uma cultura na comunidade neste sentido. É comum vermos pais e estudantes carregando sacolas cheias de plásticos na direção da escola. O projeto é muito importante, pois colabora na formação de um indivíduo consciente quanto suas responsabilidades para equilíbrio ecológico do nosso meio”, diz o diretor.
O projeto Plástico do Bem está no segundo ano na escola Angelo Chiele, mas não é de hoje que a instituição está inserida em questões do meio ambiente. “A caminhada para estarmos nesta condição de um constante auxílio da comunidade em projetos de sustentabilidade ocorre há muitos anos, das mais diversas formas, como o Projeto ComVida, por exemplo”, acrescenta Pegoraro.
De ação em ação, as pessoas vão se envolvendo e tomando mais consciência ambiental, que sempre vai andar lado a lado com a educação.