CICs Serra lidera mobilização

Líderes de 11 entidades de classe integrantes da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICs Serra)

Líderes de 11 entidades de classe integrantes da Associação das Entidades Representativas da Classe Empresarial da Serra Gaúcha (CICs Serra) darão início, em reunião nesta sexta-feira, 22, a uma intensa mobilização que pretende ir além de ofícios e gesticulações corriqueiras destinadas ao governo do Estado. A ideia é, a partir de agora, trancar rodovias e iniciar um grande movimento envolvendo a comunidade para exigir melhorias drásticas e rápidas nas rodovias da região.

Nos últimos três anos, mobilizações encabeçadas pela entidade, com apoio de lideranças e representantes dos municípios, levaram a conquistas como o processo de federalização da RSC-470, importante via da região que comporta o tráfego intenso de automóveis e caminhões diariamente. O projeto de prolongamento da BR-448, que pretende reduzir o movimento da BR-116 também foi uma das conquistas. Em julho deste ano, o governo do Estado assinou o Contrato de Restauração e Manutenção das Rodovias da Região da Serra (Crema/Serra), que propõe a restauração e manutenção de mais de 190 km de estradas na região da Serra Gaúcha, em um investimento de R$ 140 milhões. Quatro meses depois, as obras ainda não iniciaram.

O projeto de licitação foi cancelado três vezes. As obras, previstas para iniciar em agosto deste ano, ainda não começaram e o governo alega problema nos contratos com as empresas, afirma o presidente da CICS Serra, Ademar Petry. Ele relata que desde o início do ano a entidade se colocou à disposição para o que fosse necessário, porém os representantes que buscavam as melhorias sequer foram consultados pelo setor de obras e infraestrutura do governo para definir quais as estradas seriam contempladas com as obras do Crema/Serra. A sociedade empresarial não participou da licitação e também não teve espaço para opinar. Agora que o governo enfrenta problemas com as empresas licitadas, tenta jogar para a comunidade uma responsabilidade que compete somente a eles, declara Petry. Esta letargia no cumprimento de obras e nos serviços de manutenção das vias serranas não é de hoje e nem deste governo. Há todo um histórico de morosidade nas demandas viárias da região. O movimento liderado pela CICS é mais do que justo.

A insatisfação regional aumentou após o governo anunciar um investimento emergencial para reformas em 808 km de estradas do Estado. Deste total, a Serra ficou com 20,92 km de estradas que serão reformadas. Isso demonstra que a Serra não é importante para o Estado, lamenta o presidente da entidade representativa. Diante dos impasses, a CICS Serra tomou a decisão, em conjunto com os representantes das 11 entidades que o compõem, de mobilizar a comunidade e conscientizar a todos a respeito do problema enfrentado atualmente por quem trafega pelas estradas da região. Precisamos que a sociedade apoie e legitime este trabalho, que reflete na renda das empresas e até mesmo na geração de empregos, reforça Petry, lembrando que o governo será oficialmente comunicado da situação.

Não havendo resposta decisiva por parte dos responsáveis, a ideia é que ocorra uma mobilização na estrada, ainda no final deste mês. A ação será realizada com autorização da Polícia Rodoviária Estadual e terá o propósito de conscientizar a comunidade, por meio de faixas, camisetas e panfletos que reforcem os riscos oferecidos a quem trafega pelas estradas na situação precária em que hoje se encontram. Também em conjunto com os associados, a CICS Serra definiu que, caso não ocorra nenhuma mudança acerca do assunto após esta mobilização, o próximo passo será dado na primeira quinzena de dezembro, com o fechamento de algumas vias em forma de protesto. Essa ação radical não é de vontade da CICS Serra, mas se for necessário, o faremos, garante o presidente.