A doce segurança de Ariane Feltrin

Aos 43 anos, a advogada e empresária Ariane Laura Santos Feltrin torna-se a primeira-dama de Farroupilha, abraçando o que ela diz ser “um projeto de vida”

Quando quisermos conhecer mais sobre alguém, serve-nos como fonte sua família porque as raízes falam muito. A primeira-dama a assumir no próximo primeiro de janeiro é filha do senhor Tadeu Salib dos Santos e de Arlene Medeiros. Irmã da Aline e da Amanda. Esposa de Fabiano Feltrin. Mãe da Lisa. Antes disso tudo, ela é Ariane Laura Santos Feltrin, a mulher que desde cedo aprendeu a ser independente, herdando e mantendo a doçura.

Os pais também ensinaram o valor do trabalho à menina que vendia os laços de cabelo feitos pela mãe. Aos 12 anos ela foi para uma empresa que consertava máquinas de escrever. Passou pela Rádio Miriam e foi parar em uma vídeo-locadora, Stock Vídeo, onde ficou dos 15 aos 29 anos, tendo conseguido pagar sua faculdade de Direito e a pós-graduação em Processo Civil. 

Foi na locadora que conheceu o marido. “Lembro dele pegando filmes do Elvis. Mas foi só mais tarde, em uma festa em Bento Gonçalves, que batemos um papo e ele disse no meu ouvido: ‘um dia vou casar contigo’. Fiquei muito lisonjeada”, relembra.

Quando Feltrin concorreu a vice-prefeito, em 2008, a afinidade gerada pelo amor aos animais começou a aproximar o casal. “Mais tarde, em 2009, fui a um show dele, na Elvis Café e em menos de um mês fomos morar juntos e nunca mais nos largamos. Em 2011 casamos no civil e religioso”, relembra a moça que achava que a diferença de idade (ela tem 43, é nove anos mais nova que ele) os fazia muito diferentes um do outro. 

“Hoje parece que a Nani não existe sem o Fabiano e o Fabiano não existe sem a Nani”, diz entregando como gosta de ser chamada. Quando o assunto é o marido, ela não economiza nos elogios e trazendo isso para a responsabilidade que estão prestes a assumir, enfatiza: “Eu tenho uma confiança absurda nele. Tenho certeza que vai fazer trabalho honesto, digno e surpreendente”.

Quem vê o sorriso constante, o olhar doce, não imagina a força que sustenta isso tudo. Ela mesma tem plena convicção de que é uma mulher muito forte e desempenha um papel único na vida da família. Como primeira-dama não deverá ser diferente. “Um casal só dá certo se os dois caminharem lado a lado, se não há um descompasso. Eu gosto de estar com o Fabiano e ele comigo. Eu não nasci para ser sombra”, diz, revelando muito além das palavras.

 

Aprendizados

A moça que já foi primeira prenda do CTG Ronda Charrua cedeu lugar à advogada, que pausou a carreira para ser mãe, aos 35 anos, e logo depois tornou-se também empresária, quando se lançou ao desafio da operação do Bob´s, empresa e segmento que o casal conheceu em 2017, quando Feltrin foi convidado a fazer o show na Convenção Nacional do Bob´s. “Foram quatro meses de intenso treinamento na loja escola de Cachoeira do Sul e ao mesmo tempo em que cuidávamos da obra no Iguatemi. Foi a primeira vez que fiquei longe da Lisa, o que foi muito difícil para mim”, confessa a mãe amorosa, que liderou uma equipe de mais de 20 pessoas, reforçando nela a característica de gostar de lidar com pessoas, algo que define como: “apaixonante e decepcionante”.

Muito do conhecimento que adquire é resultado dos 10 anos de terapia, “o que todo ser humano devia fazer”. 

Aprendeu no Bob´s, aprendeu na campanha de Feltrin para prefeito. “Nas caminhadas que fizemos passei por lugares que não conhecia e constatei que as pessoas têm necessidades solucionáveis. As pessoas querem ser ouvidas porque aquelas que realmente precisam, querem pouco. Foi uma campanha linda, mas também um período de bastidores sofridos por todos os ataques que enfrentamos. Chorei, me questionei, mas sempre preferi focar no copo meio cheio”, admite.

Segundo ela, o casamento foi fortalecido com a campanha a prefeito, fazendo com que a admiração mútua crescesse ainda mais.

 

Primeira-dama

“Não estou aqui para inventar a roda, mas garanto que nosso trabalho será para as pessoas necessitadas. Não serei primeira-dama sozinha, preciso da população, de voluntários. Não precisa nos amar, basta acreditar que nosso trabalho vai ser feito com o coração. Vou respeitar tudo o que já foi implantado porque a gente não constrói nada destruindo o que já foi feito. As primeiras-damas que passaram fazem parte da história de Farroupilha e se eu tiver dificuldades, não vou hesitar em procurá-las”, assegura.

Falante, amável, sorridente. Ariane não se importou com a entrevista longa e em alguns momentos parecia que conversávamos como velhas amigas, sendo o primeiro encontro mais extenso que algumas frases e olhares.

No bate-papo, a notícia em primeira-mão, o projeto que já nasceu em sua lista: o “Pagode Solidário”. “Temos muitos grupos de pagode na cidade e vamos fomentar estes talentos, além de integrar as pessoas e cumprir nosso objetivo, que é o de ajudar. Penso que o local ideal é no largo Carlos Fetter, mas claro isso tudo depende da pandemia que enfrentamos”, anuncia a apreciadora do estilo musical. Ela até brinca: “Ele é do Rock and Roll e ela do pagode”, ri.

Natural a menção de outras ideias voltadas aos idosos, crianças e animais. 

As frases marcantes de Ariane e tudo aquilo que ela transmite ao se comunicar deixam clara uma pista sobre como vai agir na posição que passa a ocupar: vai somar seus pontos fortes à gestão de Fabiano Feltrin e Jonas Tomazini.

Se está preparada? “É algo que está sendo construído dentro de mim há tempos. Mas vou ser a Ariane que sempre fui: pessoa família, afetuosa, respeitosa, incansável e pretendo honrar a cada farroupilhense”, afirma, traçando seu perfil de primeira-dama, valendo-se da segurança e simpatia, características que saltam aos olhos, sem esforço algum.

Além da própria resposta, aquela que fica subentendida para quem conhece suas origens, já que as raízes falam muito.