Cartório Eleitoral faz auditoria e demonstra funcionamento de urna
Medida foi tomada após grande número de denúncias, notícias falsas e desconfianças sobre a votação eletrônica

O Cartório Eleitoral da 61.ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Sul, com sede em Farroupilha, promoveu na sexta-feira, dia 19 de outubro, uma auditoria em uma urna eletrônica para demonstrar o funcionamento e a segurança dos dados do equipamento. A iniciativa foi determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a grande quantidade de denúncias e notícias falsas sobre a votação eletrônica que vêm circulando em todo o país neste período eleitoral.
A auditoria, acompanhada por autoridades, representantes de entidades e cidadãos, demonstrou os mecanismos de segurança da urna. Também foi realizada uma votação simulada que, avaliada pelas autoridades no local, demonstrou que os votos foram computados corretamente pela urna. “Não há como comparar a totalização e divulgação dos resultados da eleição que nós temos hoje com o que tínhamos no passado”, afirmou o chefe do Cartório Eleitoral, Alexandre Zilles Bohrer, que efetuou todos os procedimentos e demonstrou o funcionamento da urna.
Atenção na hora de votar
“As pessoas têm que prestar atenção. O principal é a pessoa cuidar os números que está digitando, ver o que está escrito”, destacou a juíza eleitoral da juíza eleitoral da 61.ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Sul, Claudia Bampi. “Às vezes a pessoa se atrapalha”, completou a juíza. A vereadora Renata Trubian (REDE), que acompanhou parte da auditoria, também comentou sobre os problemas no primeiro turno. “Para a pessoa leiga é difícil”, disse ela, sobre os procedimentos para o eleitor votar e a quantidade de cargos em disputa no primeiro turno.
Problemas que ocorreram foram erros de eleitores e mesários
A promotora de justiça Claudia Formolo Hendler participou da auditoria no Cartório Eleitoral na sexta-feira e, no dia do primeiro turno das eleições, atendeu a várias denúncias de eleitores em Farroupilha. Segundo ela, todos os problemas referiam-se a erros humanos – de eleitores ou mesários – e não de problemas com as urnas. Ela relatou que, em muitos casos, os eleitores levaram anotados os números de seus candidatos na ordem errada em relação à ordem de votação, anotaram números errados ou tentaram votar em candidatos de outros estados. Houve ainda um caso de um eleitor que tentou digitar os números na tela, e não nos botões da urna, e reclamou quando a tela não respondeu como as de smartphones. “A quantidade de votos atrapalhou”, avaliou a promotora, destacando o número de cargos que estavam em disputa: deputado federal, deputado estadual, dois senadores, governador e presidente da República. “As pessoas estavam nervosas, votaram com muita pressão”, completou Claudia.
Auditoria foi feita após denúncia formal de eleitor
A urna escolhida para o procedimento foi a da sessão 178, do Salão Comunitário do bairro Monte Verde. A escolha ocorreu porque nesta sessão o metaúlrgico aposentado Claudir Soares da Silva, 64 anos, fez uma denúncia formal de que teria havido mau funcionamento da urna enquanto ele votava. “A urna deu 'votação encerrada' antes de eu digitar 'CONFIRMA' no meu voto para presidente”, relatou Silva. O eleitor participou da auditoria no Cartório Eleitoral e pode verificar todas as ocorrências da urna no dia do primeiro turno das eleições, ocorrido em 7 de outubro. O equipamento não apresentou problemas no horário em que Silva votou. O eleitor pode também testar a urna e simular votos para verificar o funcionamento correto do equipamento. Além desta denúncia, outra eleitora, da sessão 143, na Escola Municipal Nossa Senhora Medianeira, no bairro Santa Catarina, também reclamou do funcionamento da urna no dia da votação. Ela também foi convidada para a auditoria, mas não compareceu.
Reportagem
Eduardo Kopp
eduardokopp@gmail.com