O papel do fisioterapeuta com a criança com Síndrome de Down
O fisioterapeuta é um membro valioso da equipe que avalia com precisão ao lado dos pais e outros profissionais
As crianças com Síndrome de Down apresentam em geral a mesma diversidade dos fatores biológicos, funções e realizações que existem em todos os seres humanos. Evidencia-se, no entanto, que a presença de um terceiro cromossomo 21 traz como consequência um desequilíbrio nas funções das células do corpo, interferindo na aprendizagem e no desenvolvimento desses indivíduos.
Essas crianças apresentam características físicas típicas e comuns, tais como: atraso mental, baixa estatura, anomalia cardíaca, orelhas pequenas com implantação baixa, olhos com fendas palpebrais oblíquas, língua grande, protrusa e sulcada, encurvamento dos quintos dígitos, prega única nas palmas e hipotonia (fraqueza) muscular. Observa-se que essas características físicas variam entre os indivíduos, e que o atraso no desenvolvimento motor também pode variar.
Entretanto, para o desenvolvimento neuropsicomotor social e educacional da criança com Síndrome de Down, é necessário o trabalho de uma equipe interdisciplinar aonde diferentes profissionais trabalham juntos, mantendo atuações específicas, com troca de informações, para melhor desenvolvimento dessas crianças.
O fisioterapeuta é um membro valioso da equipe que através da fisioterapia motora e estimulação precoce, é capaz não apenas de avaliar precisamente, mas também desenvolver, programar, modificar, dividir de modo inovador com os pais e outros profissionais um plano de intervenção cuidadosa.
O tratamento fisioterapêutico varia de acordo com as
necessidades e a idade
de cada criança:
– Fase lactente: as metas se focalizam no desenvolvimento das habilidades motoras, como rolar, sentar-se com e sem apoio, controlar a cabeça.
– Fase pré escolar: a fisioterapia nesse período se centra na mobilidade, inclusive da pré marcha, como dar impulso da posição de ajoelhada para ficar em pé, agachar para pegar brinquedo, subir e descer degraus, pular, correr.
– Fase escolar: as metas se focalizam no desenvolvimento de habilidades que possam ajudar a criança a participar de atividades sociais, sendo essas, reforçadas em grupo.
Cabe salientar, que quando se trabalha com crianças com desenvolvimento atípico é importante estar consciente do desenvolvimento típico, conhecendo quais habilidades e potencialidades são importantes, pois as limitações físicas e intelectuais podem ser modificadas por meio de manejo competente e treinamento precoce. Tal intervenção pode melhorar o desenvolvimento sensório-motor e social da criança.
Roberta Bernardi
Fisioterapeuta com
formação no Conceito
Neuroevolutivo – Bobath
Crefito 5-140.910/F
3268-0677/99322389