A busca da plenitude

Neste domingo, 08, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Para homenagear a todas as mulheres, convidamos três profissionais que atuam em diversas áreas mas que tem em comum a determinação, e que tem um propósito definido em suas vidas.

Nascemos todos com o mesmo propósito: ser feliz. Quando nasce uma menina, ninguém pensa nas diferenças que ela vai enfrentar na vida, em comparação aos homens. Mais tarde é que o mundo vai mostrar a ela as tais diferenças e ainda assim a menina vai descobrir uma força dentro dela capaz de mudar tudo, de conquistar o “impossível”. Ela vai realizar tudo o que quiser, vai dar conta de várias tarefas ao mesmo tempo e ainda conhecer uma capacidade de amar infinita e indescritível. A menina vai se tornar mulher.

Neste processo evolutivo, o equilíbrio será meta constante. Equilíbrio do mais simples, como nos alimentos em um prato, ao mais complexo, como nos aspectos do ser: físico, mental/emocional e espiritual.

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, homenageando toda a determinação inerente ao feminino, convidamos três profissionais que atuam nestes campos, que devem progredir simultaneamente, de mãos dadas, afinal, um ser completo está mais apto a cumprir o propósito. 

 

Marinês Novak

Ela é jovem, 22 anos, e já mostrou sua garra ao abraçar as oportunidades que a vida lhe apresentou. Filha de agricultores, Mari, como é chamada, quis estudar Engenharia Química e ao acompanhar uma amiga no vestibular para Educação Física, acabou passando. Aceitou o curso, já que era atleta amadora de futebol. Tentou uma bolsa de estudos em Caxias do Sul e conseguiu. 

Os estudos levaram Mari para dentro de uma academia, a SpartanGym, onde atua como instrutora, empregando todo seu conhecimento e sua sensibilidade às pessoas que orienta. Dentro da unidade do bairro Monte Pasqual, Mari é a única mulher instrutora em meio a seis homens. 

É exigente em se tratando de intensidade dos exercícios, mas percebe, como ninguém, as peculiaridades dos alunos e é aí que entra sua flexibilidade para fazer com que o objetivo seja atingido. “É uma questão de cuidado. Converso muito com os alunos e acabo guardando as informações sobre eles. Posso não lembrar de nomes, mas o treino deles guardo do início ao fim porque preciso saber como ajudar a pessoa”, diz.

Tarefa tranquila para ela, que tem o hábito de experimentar os exercícios antes de transmiti-los. “Quem ensina, faz melhor quando experimenta em si mesmo e desta forma, me aperfeiçoo como instrutora”, confessa ainda dizendo que faz exercícios seis vezes por semana em busca deste aperfeiçoamento e para eliminar o estresse.
É malhando que Mari cuida da cabeça, do emocional. Era gordinha e após notar a diferença no espelho com a atividade física, conheceu o equilíbrio que deve existir entre alimentação e exercícios. “Não existe padrão de beleza. A balança não é parâmetro de saúde. É a compreensão do que tem no corpo que diz se aquele corpo é saudável ou não. As mulheres precisam entender esta diferença porque são elas as mais preocupadas com o peso”, alerta.

Cuidando especialmente do corpo e ajudando as pessoas neste âmbito, Mari encontrou seu caminho. 

 

Adriana Tartarotti

Adriana Tartarotti é psicóloga clínica há 35 anos e aos 62 continua “fascinada e curiosa” por tudo o que diz respeito ao ser humano em suas três instâncias: corpo, mente e espírito. “Tornar-me educadora física e psicóloga clínica foi decorrência desta busca por entendimento desses diferentes saberes e suas correlações no que se refere a comportamento humano. Sinto-me realizada e grata pelo caminho percorrido e feliz por seguir fazendo o que amo”, afirma, a mãe, “orgulhosa”, de Daniela, médica residente de Oftalmologia.

Segundo ela, para uma vida equilibrada, o ser humano precisa buscar permanentemente a integração física, mental/emocional e espiritual. Conhecedora da mente humana, discorre naturalmente sobre ela. “A mente é um instrumento. Desenvolvê-la é aprender a ser mestre e não escravo dela. Manter o equilíbrio entre a razão e a emoção é essencial para a saúde mental”, ensina a mulher que faz exercícios duas vezes por semana, além de praticar sua fé e investir no lazer e em tudo que lhe dá prazer e estimule sua mente.

A própria Adriana aponta algumas atitudes para o encontro do equilíbrio. “Alimente-se adequadamente, durma bem, exercite-se, creia em seus dons e capacidade, impeça que seu medo sabote seu sucesso, parabenize-se pelos esforços e conquistas, acabe com relacionamentos tóxicos, deixe-se conhecer realmente, aprenda a dizer não, planeje seu dia- mas deixe espaço para a flexibilidade-, peça ajuda quando necessário, aprenda a diferenciar problemas de aborrecimentos, descubra o prazer de pequenos acontecimentos diários, saiba em quem confiar, saiba quando sair de cena e lembre-se de que não somos imprescindíveis, por maior que seja nosso valor”.
A psicóloga também dá dicas sobre o que pode prejudicar a saúde mental. “Preocupar-se em excesso com o futuro, pensar muito no passado, ter ideias negativas sobre si mesmo, assumir responsabilidades que não são suas, cobrar-se excessivamente, tentar agradar todo mundo, omitir suas emoções, não ter hobbies ou lazer”.   
Segundo ela, desenvolver a inteligência emocional desde a infância permite-nos ter consciência das nossas ações, aumenta a autoestima, a capacidade de resolver problemas, de lidar com frustrações, de sermos mais empáticos e tolerantes. “Quem cuida da mente e das emoções, cuida da vida. É importante dedicar um tempo para o autoconhecimento, para se cuidar e se amar para saber ensinar como merecemos ser tratadas”, finaliza.
Cuidando especialmente da mente e ajudando as pessoas neste âmbito, Adriana encontrou seu caminho.

 

 

Gislaine Lamb Coutinho

Dona de um sorriso contagiante, Gislaine Lamb Coutinho, 40 anos, é coordenadora comercial e pastora há 10 anos, dos quais oito está à frente da Igreja Quadrangular do bairro Primeiro de Maio, ao lado do marido Fábio. Juntos, e com o filho Lucas de oito anos, eles auxiliam diversas famílias, alimentando o objetivo de “serem luz na escuridão”, como ela mesma diz.

Trabalho não falta. “Ao longo destes oito anos como pastora em Farroupilha, tive o prazer de ver mulheres estéreis sendo mães, homens depressivos encontrando a paz, idosos voltando a sonhar! Com a graça de Deus, vimos também famílias restauradas, pessoas milagrosamente curadas, livres de vícios. Ajudamos muitas pessoas com cestas básicas, trabalhos em comunidades como o Recanto das Borboletas, Fazenda Boa Esperança. Aconselhamento de jovens, inclusive quanto a estudar e profissão. Isso tudo não tem dinheiro que pague! Em nossa igreja, temos muitas pessoas que nos auxiliam… Assim como nós, por amor a Jesus, por amor às pessoas, pelo desejo de dividir este amor gigante que Jesus teve por nós, com todos ao nosso redor”, explica.
Como Gislaine ia à igreja desde pequena, junto com seus pais e irmãs, aprendeu a gostar das músicas, dos ensinamentos e das amizades. Aos 15 anos se batizou e conheceu o prazer em ajudar o próximo, visitando doentes, idosos e quem mais precisasse de um conforto espiritual. Quando conheceu o marido Fábio, viu nele o desejo de viver integralmente ao evangelho e a união determinou, de vez, sua escolha por ser pastora.

“Acredito de todo o coração, que todos temos uma parte de Deus em nós. Podemos ter tudo: dinheiro, família, saúde, mas se não tivermos Deus próximo, não viveremos a totalidade da felicidade. Quando temos um relacionamento bom com Deus, vemos as dificuldades com mais tranquilidade. Acreditamos que tudo se resolverá, pois se não consegui por intermédio próprio, tenho alguém mais forte que eu, que pode todas as coisas”, enfatiza a mulher que fala com Deus a todo instante.

Gislaine presta atenção ao espírito, corpo e alma, como ela acredita. “As três partes precisam estar em harmonia. Precisamos cuidar do corpo físico, dos sentimentos e emoções – retendo o que é bom e descartando o que não presta, perdoando e vivendo o hoje porque o amanhã talvez não chegue – e do espírito, a parte de Deus em nós”.
Cuidando especialmente do espírito e ajudando as pessoas neste âmbito, Gislaine encontrou seu caminho.