“Enquanto você festeja, eu trabalho”

Renato Dalzochio Jr. Especial Na noite do réveillon, enquanto a grande maioria das pessoas celebra o ano novo ao lado

Renato Dalzochio Jr.
Especial

Na noite do réveillon, enquanto a grande maioria das pessoas celebra o ano novo ao lado da família, muitos profissionais como policiais, bombeiros e enfermeiros precisam abrir mão desta comemoração para trabalhar. Mas como será que é ter que trabalhar justo numa noite em que todo mundo está reunido, festejando ao lado dos familiares? Na enquete a seguir, ouvimos a opinião de alguns profissionais que estarão trabalhando na noite desta quinta-feira, 31 de dezembro.

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Rogerio Torres do Couto,
29 anos, enfermeiro

Aqui no hospital é muito relativo. O fluxo de pacientes às vezes bomba e às vezes é mais calmo, mais tranquilo. Isso é muito relativo, não tem como a gente prever, ainda mais no setor da emergência. Minha família entende que é uma missão que eu tenho e que estou aqui para ajudar o próximo. Eu gosto disso, faço por prazer, porque gosto de ajudar o próximo.

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Anselmo Borchartt, 
40 anos, policial militar

Trabalhar num dia em que todo mundo está festejando é gratificante, damos segurança para a população numa data de festividades para todo mundo. Gostaria de estar em casa com a minha família, mas sei que policial é 24 horas, não tem hora para acontecer uma ocorrência. Quando eu prestei um concurso público e assumi essa profissão eu já sabia que isso iria acontecer. E eu também tenho um benefício, pois tenho o meu horário de descanso. No começo, a minha família sentia esta situação de eu não estar junto, mas ao mesmo tempo, conseguir dar segurança em algum atendimento de ocorrência, evitar algum crime, enfim, uma coisa compensa a outra e a minha família acaba entendendo. Nestas datas de feriados dificilmente conseguimos ficar em casa. Temos um rodízio perante o comando, para ter as folgas. Quem trabalha no Natal não trabalha no Ano Novo, e vice-versa. Então consigo me programar. 

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Anderson de Lima Dutra, 
37 anos, bombeiro

Já fazem 13 anos que sou bombeiro. Nos primeiros anos fiquei um pouco pensativo, pois estava acostumado a folgar em feriados. Depois que assumi uma profissão pública e de extrema importância, como é no caso ser um bombeiro, eu sabia que não teria mais como descansar em feriados, tenho que ir lá e cumprir a minha escala. Às vezes dou sorte de estar em casa no Natal ou no Ano Novo. A princípio, hoje em dia, encaro com normalidade, como se fosse apenas mais um dia de trabalho, não tem muita diferença, tenho que estar aqui (na corporação) trabalhando. Minha esposa quando me conheceu sabia que eu era bombeiro, então minha família, graças a Deus, encara com normalidade, sabem que essa é a profissão que eu escolhi pra minha vida. Por outro lado tive sorte de estar em casa em alguns feriados durante o ano, isso compensa. Mas num aspecto geral já estou acostumado.