Max Gehringer: “O século 21 é o século do empreendedor”

O consultor, conhecido nacionalmente por suas participações no Fantástico, explanou sobre os desafios do empreendedorismo e das empresas familiares

Uma das palestras mais aguardadas da 35ª Convenção Gaúcha de Supermercados – Expoagas, foi a promoção da Agas Jovem, que trouxe, na tarde de terça (23), o consultor Max Gehringer, referência nacional por suas participações no programa Fantástico da Rede Globo. Gehringer falou sobre Carreira, Emprego e Empreendedorismo. Na mesma ocasião, o diretor da Stemac, Valdo Marques, contou sobre sua experiência no quadro Chefe Secreto, também no Fantástico.

Instabilidade econômica no Brasil

Gehringer iniciou os trabalhos falando sobre o atual período econômico vivido pelo Brasil. Em tom bem-humorado, parafraseou um ditado argentino: Até hoje, sempre que choveu, parou. A frase, segundo ele, é um alento para os mais jovens, que estão encarando a crise atual como algo sem precedentes. Para os jovens, esta é a pior crise que existiu, porque não viveram nenhuma outra antes. A única base para eles é o que a literatura apresenta. Como diziam os mais velhos, ‘crise era no meu tempo’. Os mais novos não conheceram o Plano Cruzado, por exemplo, que foi uma época de remarcação contínua de preços e que, no fim, fez com que os supermercados tenham sido considerados ‘vilões’, destacou.

O consultor, porém, é claro ao afirmar que a economia brasileira ainda vai enfrentar um período difícil, fruto principalmente da disputa política. A estabilidade só vai começar a desenhar em 2019, quando um novo presidente eleito tomar posse.

Espírito empreendedor

A falta de normalidade no mercado faz do Brasil um país sem períodos econômicos típicos. Gehringer acredita que a vivência nesses períodos faz dos empresários brasileiros personagens mitológicos, pois não é fácil manter um empreendimento com tamanhas dificuldades. Uma das principais características do empresário brasileiro é a teimosia. Eles vão abrindo negócios até que um dá certo, complementou.

O consultor enfatizou que um dado muito alardeado na mídia, de que, no Brasil, entre dez novos modelos de negócios que iniciam, cinco quebram é superestimado. Isso acontece em todos os países do mundo.
Segundo Gehringer, o gosto pelo empreendedorismo é também uma qualidade do brasileiro que vem sendo cada vez mais amplificada. Primeiro, pela aptidão nata para os negócios. Depois, pela burocratização e taxação do mercado de trabalho. No século passado qualquer empresa tinha 400 funcionários, mas conforme os direitos trabalhistas foram conquistados, os custos vieram junto. O empregado acaba custando muito e embolsando pouco, relaciona.

Por fim, a análise é otimista. O século 20 foi o século do empregado e o século 21 é o século do empreendedor, acredita o consultor.