Na direção certa

Estamos em tempos de colheita. Colheita do fruto que a terra dá, cultivado com tanto carinho por mãos habilidosas e dedicadas. É vindima pelos verdes campos do sul. E se a terra dá fruto, dá filhos também. Filhos que partem e levam consigo o nome da terra natal, gravado na história e no coração. Nova Roma do Sul, que está em festa neste final de semana, é o berço de várias pessoas que vivem sua trajetória em Farroupilha. Natalina Silvestrin é uma delas.
Aqui, quem tira carteira de motorista pela primeira vez, ou precisa renová-la, certamente passa pelo Centro de Formação de Condutores Farroupilha e acaba tendo contato com Natalina, uma das sócias do lugar.
Formada em Relações Públicas, mãe de Fernanda e Filipe, a esposa de João Fernando construiu uma carreira bem-sucedida desde que saiu de Nova Roma do Sul com a mãe e os irmãos. Dos nove irmãos, seis estão vivos, assim como a mãe, dona Dorvalina, que aos 96 anos esbanja saúde e lucidez!
A família chegou a Farroupilha em busca de oportunidades, em 1972. Por aqui, Natalina fez cursos de qualificação em trânsito e acabou descobrindo a habilidade pelo ofício. Me apaixonei e por isso estou aqui até hoje, trabalhando com amor, com prazer. Nem penso em parar, confessa.
Hoje comanda também outro CFC em Caxias do Sul e junto a uma equipe de voluntários promove, há quatro anos, um trabalho social de conscientização no trânsito para crianças. É o projeto Cuidar da Vida. Ficamos felizes quando as estatísticas de mortes no trânsito diminuem, mas enquanto uma vida for perdida não existe motivo para festejarmos, analisa.
Com equipes qualificadas, os negócios estão organizados e Natalina segue sua rotina de trabalho, dedicada como sempre.
Chegou a um ponto em que pode desfrutar da sensação de ser procurada pela mídia para falar sobre o que tem propriedade. Na última segunda-feira, por exemplo, também concedeu entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS, sobre carteira de habilitação digital.
Saudades
Da terra onde nasceu cultiva a saudade da simplicidade que marcou seus primeiros anos de vida. Era tudo muito simples e… feliz! Tenho amizades que fiz por lá e que trago comigo até hoje, diz.
Depois de mais de quatro décadas distante de Nova Roma do Sul, ela diz que o coração, os valores e a família são resquícios da menina nascida na cidade cercada pelo Rio das Antas e da Prata.
Eu e meu irmão ainda temos o sonho de comprar o lugar que minha família morava. É uma forma de resgatar as lembranças de um tempo bom, da história da gente, da memória do meu pai João, finaliza com um sorriso que fala da saudade que traz dentro do peito.
Estamos em tempos de colheita.