Na direção da própria vida, chegando ou partindo

No próximo 25 de julho é comemorado o Dia dos Motoristas, data escolhida por se tratar do dia
de São Cristóvão, padroeiro da classe. Nesta mesma data, os Colonos são homenageados

Recentemente, o Brasil se deu conta da importância do trabalho desempenhado pelos motoristas de caminhão. Eles pararam, o país parou.
Para homenagear a todos que ganham a vida atrás de um volante, conversamos com alguns caminhoneiros, que rodam pelas estradas mantendo a atenção, o profissionalismo em cumprir o que precisa ser cumprido, enfrentando desafios como a saudade da família, as condições do asfalto, do tempo, da falta segurança.
Passam por tudo com o amor à profissão, que escolheram e não trocam. Tem gente que está na estrada há várias décadas e tem gente que começou agora. O sentimento é comum a eles, independente do tempo que exercem a atividade.
A todos os motoristas e também aos agricultores, que têm no dia 25 o Dia do Colono, nosso respeito e nossa admiração porque temos consciência da importância do trabalho que realizam, faça chuva ou faça sol.

Romeo Vigolo – O senhor Romeo Vigolo tem 71 anos e há 49 é caminhoneiro. Este tempo na profissão representa para ele, tudo o que conquistou na vida. Fui funcionário, dirigia caminhão, até que consegui comprar o meu próprio. Comecei aos 22 anos, gostei, percebi que minha paixão era ser motorista e rodar as estradas, conta seu Romeo.
Paixão descoberta e com ela enfrentou as dificuldades do caminho. Casou-se com dona Eliria Lourdes Zorzo Vigolo, em 1975, e juntos caíram na estrada, morando no caminhão por oito meses porque não tinham dinheiro para pagar aluguel. As estradas, muitas de chão batido, não tinham posto com banheiro para mulheres, não tinha onde lavar roupas, poucos lugares com chuveiro. Momento difícil, relembra.
O tempo passou e seu Romeu conseguiu formar sua família: os filhos André Fernando e Rudialva, que lhe deram os netos Arthur e Francisco.
A bela Rudialva fala sobre o pai. Sou grata pela vida e por tudo que ele me ensinou, pelos valores, principalmente. Na sua humildade pagou meus estudos e do meu irmão, sempre quis o melhor para nós, trabalhou e se esforçou muito para isso. Sempre tive meu pai mais distante por conta das viagens, mas sempre é tão bom quando ele volta! Lembro da minha infância, quando ele estava em casa é como se estivéssemos salvos. Bandido não entraria em casa, ventania não destelharia a casa, parecia que nada de ruim aconteceria. Tipo super-homem, relata a filha.
Nascido em Antônio Prado, seu Romeo está em Farroupilha há mais de 50 anos. Hoje ainda faz viagens curtas, mas mensais, transportando especialmente caixas de papelão.
Questionado sobre o que responderia aos netos, caso algum deles resolvesse seguir a mesma profissão, ele foi direto. Diria para estudar e não ser caminhoneiro por conta da insegurança, do perigo na estrada e por ser uma profissão sofrida, porque se trabalha muito, de dia, de noite, sábado, domingo. Já foi muito bom ser caminhoneiro. Hoje é muito difícil, conclui com toda a experiencia que possui.