Fazenda Trevisan lança leite A2A2

A Fazenda Trevisan Agropecuária e Indústria, situada na Vila Jansen, em Farroupilha, desenvolve atividades agropecuárias e industriais no mesmo espaço, exercendo produção leiteira referenciada há mais de dez anos.
Em 2018, iniciou as atividades industriais com a produção e envase de leite Tipo A, produto diferenciado, de altíssima qualidade e sujeito às regras normativas e exigências sanitárias específicas que atestam seus processos, sua qualidade e sua segurança. “Contamos hoje com aproximadamente 47 colaboradores entre fazenda e indústria, sendo a última composta por uma das mais modernas plantas de industrialização de leite do Brasil. A fazenda foi pioneira nessa atividade aqui no estado e se mantém até hoje nesse processo de produção e evolução”, diz o médico veterinário e gestor da fazenda, Átila Cado Soares.
No dia 04/10, às 9h, um lançamento vai acontecer: “Estaremos oficialmente inaugurando, na nossa fazenda, novo ciclo revolucionário e inovador para a indústria de laticínios do RS, no qual lançaremos a produção de 100% da nossa linha de produtos com leite A2A2, obtido através da seleção genética rigorosa ao longo dos últimos anos do nosso rebanho, sendo a única fazenda em nível Brasil que possui seu rebanho composto em sua totalidade por animais A2A2”, conta Soares.

Mas o que é leite Tipo A e A2A2?
O gestor da fazenda Trevisan explica. “O leite Tipo A é um leite fresco que possui a menor taxa de microrganismos por mL. Ele é produzido seguindo rigorosas normas de higiene e qualidade, desde a alimentação e alojamento do rebanho até a ordenha, pasteurização e envase. O leite tipo A não tem contato manual nem com o ar, sendo 100% extraído e processado de forma mecânica. Ele não recebe a adição de ingredientes e precisa ser transportado e comercializado refrigerado. Outra normativa que rege esse tipo de leite, determinada pelo Ministério da Agricultura e que o torna extremamente seguro e livre de qualquer patógeno, é que seja produzido em Propriedade Certificada Livre de Tuberculose e Brucelose”.
“O leite A2A2 é um tipo de leite produzido somente por vacas homozigotas para o alelo A2 da Beta-caseína (vacas A2A2). Com relação a essa análise genética, existem vacas A1A1, A1A2 e A2A2. Somente o leite A2A2 não produz a beta-casomorfina-7 (BCM-7) durante sua digestão, que causa desconfortos e inflamações intestinais em algumas pessoas. Hoje, cerca de 20% a 25% da população mundial apresenta algum problema digestivo após o consumo de leite e seus derivados, mas, estima-se que apenas 5% da população tem intolerância à lactose. Os benefícios do leite A2A2 são: maior facilidade de digestão para quem tem intolerância ao leite comum, possível benefício sobre a morfologia e imunologia intestinal, pode auxiliar a imunidade, podendo ser consumidos por parte maior da população, sem gerar nenhum transtorno ou desconforto. Apenas para curiosidade, o leite materno é A2A2”, explica Soares.

Fazenda Trevisan
O início de tudo se deu em 2016, enquanto o laticínio era construído, pois queríamos agregar valor à nossa matéria-prima e não ficar dependente das oscilações das indústrias e de um mercado amador e prostituído, que é o que habita o cenário do leite no nosso estado”, diz Soares.
Ficaram sabendo que já existia esse tipo de leite para comercialização na Europa, América do Norte e Oceania e segundo ele, existia a curiosidade, mas o processo na época era laborioso.
Em 2017 iniciou-se a utilização de touros exclusivamente A2A2 na reprodução das fêmeas bovinas, processo esse sempre realizado através de inseminação artificial (IA). A partir de 2020, após mapeamento genético por DNA para identificar os animais A2A2 dentro do rebanho, iniciaram-se os trabalhos de transferência de embriões (TE) e, posteriormente, de fertilização em vitro (FIV), visando acelerar esse processo, que garantiria que somente nasceriam fêmeas A2A2 desses processos, tendo em vista que esses embriões (todos A2A2) eram colocados em vacas com genoma A1A1 ou A2A1.
“Nosso rebanho é constituído 100% de vacas da raça holandesa, que é a raça mais eficiente para a produção de leite e responsável por aproximadamente 94% de todo o leite produzido no mundo. Todos os animais da fazenda hoje são homozigotos A2A2, e as vacas que estão em produção de leite têm média de 43,5 litros/vaca/dia. A principal vantagem de se ter somente esse tipo de vacas é a padronização em uma única matéria prima, primeiramente, não havendo necessidade de segregação de rebanho nem separação do leite produzido. Mas o principal é que o mercado demanda por um produto diferenciado, de alta qualidade, seguro, que promova o bem-estar animal e que seja ambientalmente sustentável para oferecer para seus clientes e consumidores, e produzido aqui dentro do RS. Todos os nossos produtos (leites, creme de leite e iogurtes) são produzidos com Leite Tipo A e têm o plus de ser também, todos eles, produtos feitos exclusivamente com leite A2A2”, garante Soares.

Mais sobre a atividade da Fazenda Trevisan

• A raiz do negócio é o agro. A fazenda desenvolve pecuária e agricultura de precisão, com mais de 700 animais confinados e quase que toda sua totalidade melhorada e adaptada para plantios para a produção de forrageiras para alimentação do rebanho, com tecnologias avançadas de mecanização e de tratamento do solo em áreas desfavoráveis em virtude de localização, topografia e relevo.
• A moderna indústria processa toda a produção leiteira da fazenda através da fabricação de leites, creme de leite e iogurtes, agregando valor à matéria-prima e gerando mais de 40 empregos diretos e centenas de indiretos. Os produtos estão disponíveis nos melhores mercados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso.
• A fazenda recebe semanalmente tours de escolas, universidades, empresas e grupos de pessoas que buscam conhecer o lugar, suas atividades e produtos, além de estagiários técnicos e universitários.
• É uma propriedade precursora e reconhecida nacionalmente pela utilização de biogás para produção de energia elétrica e térmica, além do tratamento de 100% dos dejetos animais, sendo todos utilizados na agricultura como adubo através de composto orgânico e fertirrigação, o que a torna referência no país em sustentabilidade ambiental e com diversos prêmios recebidos nessa área.
  “Não enxergamos outra forma de produzir com bons índices e, principalmente, com qualidade onde o foco não seja o bem-estar animal e as pessoas envolvidas em todos os processos”, finaliza o gestor.