Glaci Weirich Silvestrin
Ela aprendeu com os pais a olhar para seu próximo. Aprendeu pelo exemplo e nunca mais esqueceu
Já ouviu dizer que “as palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”? Este pensamento sintetiza o quanto é possível ter bons resultados por meio das ações.
Que o digam pais de grandes famílias diante dos feitos de seus filhos. Glaci Weirich Silvestrin, uma das oito filhas de Arthur e Wilma Weirich, aprendeu a “arregaçar as mangas e ajudar o outro” assistindo aos exemplos dos pais.
“Somos fortes porque somos filhos de pais fortes, que nos ensinaram a enfrentar qualquer situação que viesse. Eles nunca deixaram de ajudar as pessoas, mesmo tendo oito filhos para cuidarem”, diz a educadora social incluindo os sete irmãos: Clóvis, Gladis, Cláudio, Clari, Claudia, Cleiton e Clédio (in memorian).
Glaci nasceu em Mundo Novo, pertencente ao Desvio Blauth. Cresceu em uma comunidade luterana, vivendo a infância na agricultura. “Se quiséssemos comer algo teríamos que plantar. O que não produzíamos, como açúcar e café, trocávamos por ovos, manteiga… Tinha-se pouco conforto naquela época, mas mais vida familiar”, recorda.
Ainda menina, veio a Farroupilha para trabalhar como doméstica e assim poder estudar à noite. Formou-se em Ciências Biológicas. Aprovada em concurso do estado, trabalhou 12 anos e meio como Agente Educacional. Exonerou-se e passou em concurso do município, ocupando diversas funções. “Sempre tive muita vontade de estudar”, arremata.
Na família está sua força. Naquela da qual descende, como na que formou ao lado do marido, o Secretário da Agricultura do município, Fernando Silvestrin. Do casamento de 33 anos vieram os filhos Fernando e Aline.
“Odiava política até conhecer o Fernando. Como ele sempre foi muito ligado à comunidade, comecei a acompanhá-lo e gostei. Hoje não tem como ver um sem ver o outro”, diz, referindo-se à parceria marital, a descendente de alemães que é pré-candidata a vereadora nas próximas eleições.
Suas raízes alemãs são as responsáveis pelas memórias relatadas. “ Minha mãe era costureira e fazia as roupas para cada filho vestir no Kerb, festa da colheita e aniversário da comunidade, uma ocasião muito especial. Era a nossa roupa de festa, motivo de muita felicidade”.
O pai vinha de uma família de músicos e passou aos filhos o gosto. Glaci e os irmãos foram incentivados a cantar na igreja e juntos acabaram formando um grupo dentro da família. A mãe, hoje acamada, recebe os filhos que se reúnem para tocar e cantar para ela. Todos se revezam nos cuidados à matriarca.
O lado festeiro da ascendência alemã de Glaci formou valores em sua personalidade. “Para nós, alemães, momento de festa é para ser vivido sem preocupações. Trabalhamos sim, muito, mas nunca deixamos de viver”, entrega.
Glaci e a família moram na comunidade de São João, 3º. Distrito. Há cinco anos deixaram de trabalhar com a plantação de pêssego, mas seguem ligados, ela e Fernando, à agricultura e atentos ao próximo. “Sempre podemos fazer além da nossa função”, conclui.
REPORTAGEM:
CLAUDIA IEMBO
claudia@ofarroupilha.com.br