Mulheres empreendedoras e suas promissoras empresas

Sobram exemplos de garra, determinação e trabalho. No dia do Empreendedorismo Feminino, 19/11, alguns deles para nos inspirar e mostrar que sim, é possível

Toda pessoa tem uma força dentro de si a impulsionar para este ou aquele caminho.
Falando sobre as mulheres – que sempre sofreram a desigualdade de gênero, fato que pode ser comprovado pela existente diferença de salários – elas lideram, segundo o Sebrae, 10,1 milhões de empreendimentos no Brasil, com participação de 34% nos negócios. Tamanha garra merece a valorização e existe um dia específico para isso: 19 de novembro, Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, data oficializada pela ONU, em 2014. Exemplificando os fatos, trazemos nesta edição histórias de mulheres que estão à frente de seus próprios negócios, mostrando à sociedade que existe espaço para o desenvolvimento do talento de cada uma, sem deixar os outros papéis como mãe, esposa, dona de casa de lado… porque se há algo inerente à mulher, é exatamente força.

Mari Pasuch
a massoterapeuta

Formada em Administração com MBA em Marketing e Vendas, a massoterapeuta Mari Pasuch percorreu o caminho da pressão das metas do mundo das vendas antes de encontrar a vocação que auxilia as pessoas a terem uma vida melhor.
Trabalhou em empresas, abriu sua própria loja de roupas com atendimento personalizado e permitiu-se mudar todo o planejamento, pessoal e profissional: casou-se de novo, foi mãe novamente (mãe de Maria Eduarda, 17 anos, de Bernardo, 2,5 e está no terceiro mês de gestação) e ingressou no aprendizado da Massoterapia, na qual especializou-se. “Quem é empreendedor não consegue trabalhar para os outros”, confessa à luz suave de seu espaço de atendimento, em sua própria casa.
Mergulhou na proposta de uma nova vida e hoje, depois de dois anos, tem mais de 100 clientes distribuídas nas massagens que oferece: relaxante, terapêutica, drenagem linfática (corporal, facial e para gestantes) e o carro chefe, a lipoderm detox, massagem modeladora que entrega redução de medidas, a preferida da maioria de suas clientes.
Mari foi além: estudou a oferta de planos que variam de 4 a 10 sessões, aprendeu a fazer mimos, como velas aromáticas, com os quais presenteia as clientes, conhece os produtos utilizados nas massagens. “Ofereço mais que beleza com as massagens, é um bem-estar que promove a transformação na vida das pessoas e eu fico realizada com isso”, afirma.
Antenada e possuidora de uma essência competitiva, enxergou no potencial turístico da cidade a possibilidade de levar a massoterapia como um serviço diferenciado aos hóspedes dos hotéis, a exemplo do que acontece em lugares como Gramado. Semente plantada.
Também alimenta o espírito pelo trabalho voluntário, levando massagens às pessoas carentes. “Massagem não é luxo, qualquer pessoa pode fazer e se beneficiar dos seus resultados. Para mim, massagem é uma transformação de vida que vai muito além do aspecto físico”, acrescenta.
Pela força não apenas de suas mãos, Mari Pasuch protagoniza sua história.


Taís Groff
da Trufas da Taís

“Eu vivo de fazer doces. A cozinha é para mim a oportunidade de estar presente na vida das pessoas: já fiz parte de anúncio de gravidez, pedido de namoro, pedido de casamento, pedido de desculpas… isso dá sentido à minha vida”. Este depoimento está estampado nas redes sociais de Taís Groff, da Trufas da Taís, que acaba de inaugurar, em 12/11, ao lado do esposo Paulo, seu novo café no bairro Bela Vista.
“Estamos com um ambiente maior e muito acolhedor para receber a todos. Contamos com um espaço para reuniões e espaço kids para as mamães tomarem seu café mais tranquilas. E falando em doces, o grande diferencial desse novo espaço são as sobremesas servidas em taças”, revela.
Taís, que ganhou fama com suas receitas, também já conheceu as dores de um negócio que não deu certo, quando, em 2015, teve uma casa de cucas, que a fez jurar que não voltaria mais para a cozinha. Mas, o nascimento do filho Joaquim impulsionou a quebra da promessa. “Fui voltando à cozinha quando fiz os doces para o chá de fraldas do Joaquim. Naquele Natal, com o bebê quase nascendo, fiz minha primeira leva de panetones trufados”, conta a catarinense formada em Contabilidade que começou a vida no interior.
Ela já foi professora de creche, chapeira de restaurante, atendente e RP de shopping, gerente de loja, comercial de empresas. Transitou pelas funções e encontrou seu porto seguro na cozinha, onde começou a história da empresa Trufas da Taís, fazendo trufas para vender aos colegas de trabalho. “Aos poucos tudo foi tomando uma proporção muito grande e eu não conseguia mais pensar em nada além de transformar ingredientes, fazer doces e estar presente na vida das pessoas. Em junho de 2020 tomei a decisão que mudou a minha vida e hoje o projeto Trufas da Taís é uma loja, que além de sustentar a minha família, emprega pessoas”, afirma realizada.
Sobre a nova loja a doceira e empresária arremata: “Um ambiente lindo, acolhedor e com uma diversidade maior de produtos. Tudo para receber vocês clientes, que tornaram meu sonho, realidade”, finaliza.
Pela força não apenas de seu paladar, Taís Groff protagoniza sua história.


Tatiana Ruviaro do Amaral
do Kumon Farroupilha

Ela chegou a Farroupilha trazendo uma novidade ainda meio desconhecida da grande maioria por aqui: o Kumon, método de ensino que visa no aluno a autonomia nos estudos, fortalecendo o potencial de aprendizado de cada um. Abriu a unidade em plena pandemia, julho de 2020. Em pouco mais de dois anos, já são 83 alunos que evoluem nas disciplinas de Português, Matemática e Inglês.
“É preciso um objetivo, um sonho para o aluno saber aonde quer chegar com o Kumon, pois ele aprende muito além da disciplina como: administrar seu tempo, se organizar, ter responsabilidade, persistência. A evolução do aluno depende exclusivamente dele, mas estamos juntos, somos corresponsáveis na formação de cidadãos críticos”, analisa a orientadora Tatiana.
Tatiana é enfermeira, mas sua formação pedagógica a autoriza a dar aulas e ela sempre teve a vida ligada à educação, mesmo quando estava na área da saúde.
Vinda de Lajeado, conheceu o Kumon porque matriculou o filho Mateus em uma unidade. Buscava para ele foco, disciplina e hábito nos estudos. Conheceu e se apaixonou pela metodologia. “Entendi que o Kumon pode ser maravilhoso na vida de uma família”, enfatiza depois de ter passado por um processo longo e repleto de avaliações para abrir a unidade – o que ultrapassa o fato de simplesmente comprar uma franquia.
“Eu e meu marido Claidir tínhamos o sonho de morar na serra gaúcha e mapeamos as cidades para abrir um Kumon. Assim chegamos a Farroupilha. Vim para ficar, movida por minha paixão pelo ensino. O Kumon está no mundo todo, a ferramenta é a mesma para todos, mas a nossa unidade possui o diferencial do afeto: aqui é olho no olho com os alunos, identificando e respeitando a individualidade de cada um, dando retorno aos pais, levando à porta cada aluno, o tesouro de cada família”, explica.
Tatiana descobriu-se empreendedora em meio a uma tragédia pessoal: junto à abertura de seu Kumon, o diagnóstico de câncer no marido. Ela quis parar com os planos, mas Claidir não deixou. Foram em frente e seis meses depois, em meio às novidades da vida profissional, ele faleceu. “Não foi fácil! Me vi sozinha em uma cidade nova, com um filho de sete anos e com um negócio a gerir. Me transformei de forma gigante e estou grata porque tudo está dando certo. Sempre busquei ser feliz, não tem espaço para a tristeza em mim”, diz a mulher que conheceu o real significado da palavra superação.
Focada e determinada enquanto acompanha a autonomia do próprio filho Mateus, Tatiana trabalha bastante para fazer com que o método Kumon seja referência em Farroupilha, este é seu objetivo. Ela – por ter aberto portas através dos estudos – acredita naquilo que transmite aos alunos: cada um pode chegar aonde planeja para si mesmo.
Pela força não apenas de sua mente, Tatiana Ruviaro do Amaral protagoniza sua história.