União que transcende a ponte levada pelas águas
As consequências das chuvas têm mudado as paisagens com as quais estávamos acostumados, gerando realidades que apresentam imediatas necessidades. A queda da ponte de ferro, que ligava Farroupilha a Nova Roma do Sul transformou a vida de muitas pessoas, mas os municípios estão unidos na busca de soluções
O prefeito de Nova Roma do Sul, Douglas Pasuch, definiu de forma objetiva como está o cotidiano no município: “A população está com sentimento de perda, pois a ponte fazia parte da vida de todos. Além de ser uma perda econômica e física, foi a perda de um ponto turístico e de uma marca da cidade. Estamos reaprendendo a viver e nos reorganizando. Estamos buscando soluções com a esperança de que seja uma dificuldade passageira apenas. A RS 448 é a única via pavimentada e por onde a comunidade se desenvolveu e cresceu”.
Segundo ele, as dificuldades com a queda da ponte estão em todos os setores. “Para sairmos de Nova Roma com veículo pesado é apenas por Antônio Prado, estamos conseguindo sair via Nova Pádua apenas com veículos leves. Saúde, claro, sofre mais, pois não se mede economicamente esta dificuldade. As indústrias e a agricultura têm feito todo escoamento por Antônio Prado e neste momento, a produção de frango e peru está sofrendo bastante, já que somos o segundo maior produtor do Estado. Outro grande receio é a safra da uva, temos mais de 30 mil toneladas que são escoadas por esta rodovia”, sintetizou o prefeito.
Vale mencionar que antes o trajeto até Farroupilha era de 45 quilômetros, agora é quase 100! Nova Roma do Sul não tem hospital e a referência para a população, de quase três mil e quinhentos habitantes, é o Hospital Beneficente São Carlos. “A questão da saúde tem sido uma dificuldade muito grande, pois temos a utilização diária do hospital. Estamos usando a balsa, mas vivemos dias de cheia e precisamos dar a volta por Antônio Prado, levando uma hora e cinquenta minutos para chegar ao hospital”, revela Pasuch.
Conforme os meios de comunicação têm divulgado, o governo do Estado anunciou que pretende entregar até dezembro de 2024 uma nova ponte para ligar os municípios de Nova Roma do Sul e Farroupilha. O projeto prevê que a estrutura fique na diagonal, ligando um lugar ao outro, que seja cinco metros mais alta que a antiga e que tenha 180 metros de extensão.
Até lá – e depois que o exército afirmou que não fará a construção de uma ponte provisória – uma associação formada pela iniciativa privada de Nova Roma do Sul e de Farroupilha trabalha para encontrar uma solução que encurte a viagem de um município ao outro. “A associação, de iniciativa inteiramente privada, está para ser oficializada. Alguns empresários lideram e estão fazendo cotações e orçamentos para uma ponte temporária e de construção rápida, mas há dificuldades principalmente nas questões de prazo de execução e nos valores elevados. Breve, a associação apresentará à sociedade orçamentos e formas de execução. Quero dizer que a gestão de Farroupilha tem sido colaborativa em busca de soluções”, comenta Pasuch.
Fabiano Feltrin, prefeito de Farroupilha, comenta as ações. “Desde o início nos colocamos em total apoio, solidariedade e parceria com o município de Nova Roma do Sul, não só por se tratar de uma ponte que une as duas cidades, mas pelo trabalho mútuo de respeito que sempre houve entre as partes, gerando sempre desenvolvimento econômico e turístico, entre outros. Quando, infelizmente, as chuvas levaram a histórica estrutura metálica, imediatamente, enquanto representante do município de Farroupilha, a iniciativa foi de contatar as autoridades superiores. Ainda naquela noite enviamos ofício ao Governador, Eduardo Leite, e ao vice-governador, Gabriel Souza. Também contatamos a Secretaria Estadual de Logística e Transportes e representantes governamentais de Taiwan. Seguimos agora acompanhando os desdobramentos realizados pelas autoridades maiores e mantendo o constante contato com os representantes de Nova Roma do Sul”.
O prefeito de Nova Roma do Sul finaliza expressando um sentimento. “Neste momento, sonhamos com uma solução imediata e conjunta”.
REPORTAGEM: Claudia Iembo