A fúria do tempo

Temporal inclemente atingiu a Serra na última segunda-feira. O município mais prejudicado foi Farroupilha e os estragos afetaram famílias e empresas

Foram apenas alguns minutos. Longos minutos para quem viu sua casa perder o telhado ou ser perfurada por pedras de gelo que, em alguns casos, se assemelhavam ao tamanho de um ovo. Segundo levantamento da prefeitura de Farroupilha, o vendaval que atingiu a Serra – e com mais intensidade a capital da malha – deixou inúmeras famílias literalmente sem teto. De acordo com o secretário de Habitação, Juvelino De Bortoli, até o final da noite de segunda-feira, foram repassados 18,6 mil metros de lona preta para cerca de 450 famílias. Já no final da manhã de terça, mais 6,6 mil metros de lona a outras 300 famílias.

Os estragos atingiram mais de 750 famílias. As equipes da secretaria da Habitação, Bombeiros, Brigada Militar e Defesa Civil montaram grupos de força-tarefa para minimizar os estragos causados pelo vento. Segundo apontamento da Metsul Meteorologia, as rajadas chegaram a alcançar a velocidade entre 80 e 100 quilômetros por hora. O nível de chuva foi baixo, cerca de 30 milímetros, observou a meteorologista Estael Sias. Os bairros mais atingidos foram o São José, 1º de Maio, Industrial e São Roque.

Na área central, o Colégio Estadual Farroupilha, o segundo maior do município, teve o telhado de um anexo arrancado pela força dos ventos. A diretora, Clarice Baú Porto, ainda abalada pela manhã, diz que foi tudo muito rápido. Nunca vi isso, surpreendeu-se. Os ventos começaram por volta das 20h45. O barulho das rajadas fez com que a turma que estava em aula, fosse à rua para ver o poder da tempestade. No momento do granizo, cerca de 40 alunos estavam no anexo. A queda de pedras aumentou e, com ela, os alunos deixaram o prédio. A merendeira Gleice Scopel, 35, sofreu escoriações. Foi encaminhada ao Hospital Beneficente São Carlos e logo foi liberada.

Os estudantes gritavam, choravam… Estou acostumada com situações difíceis, mas não como essa, desabafou Clarice. A gente se sente impotente e não sabe como agir, como acalmar as pessoas, completou. O local destruído abrigava quatro salas de aula, cozinha, refeitório, laboratório de Química e Informática. Os alunos deverão ser remanejados para o prédio principal até que seja feita a retirada dos escombros e a reforma, em caráter emergencial, segundo a responsável pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação, Eva Márcia Borges Fernandes. Um mutirão irá agilizar a reconstrução dos danos, garante ela.

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