Décimo terceiro salário vai injetar R$ 211,2 bilhões na economia
Expectativa é de que maioria dos trabalhadores use dinheiro extra nas compras de Natal
O 13.º salário dos trabalhadores deve injetar R$ 211,2 bilhões na economia do País, de acordo com levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e o dinheiro extra circulando nas cidades deverá aquecer o comércio nesta época que antecede o Natal. A expectativa de aquecimento das vendas neste período apoiada pelo uso do 13.º salário para as compras de Natal é da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS). De acordo com a entidade, sete em cada dez consumidores vão usar esse dinheiro extra para as compras natalinas.
O prazo limite para o pagamento da primeira parcela do 13.º aos trabalhadores venceu no dia 30 de novembro e, para a segunda parcela, o prazo será 20 de dezembro, dias antes do Natal. No Rio Grande do Sul, o incremento na economia será de cerca de R$ 2 bilhões em novembro e R$ 4,5 bilhões em dezembro, segundo o levantamento da FCDL-RS. Temos a expectativa de que boa parte do 13º salário será utilizado pela população para consumir. Este é o momento de os lojistas estarem bem preparados, ofertando produtos com preços adequados ao orçamento das famílias gaúchas, e sabedores de que a maioria dos pagamentos deverá ser feita à vista, aponta, em nota, o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.
Em Farroupilha, a expectativa é de impacto positivo na economia do município. É uma injeção de dinheiro que movimenta o comércio local, os serviços e a indústria. Isso é muito importante para a cidade, comenta o prefeito Claiton Gonçalves.
Planejamento para usar o dinheiro extra
Quem recebe o 13.º salário já faz planos com antecedência para usar o dinheiro extra do fim do ano da melhor forma. A professora universitária Daniela Villanova decidiu colocar o valor na poupança. Já a professora universitária Luciane Calabria pretende utilizar o dinheiro para viajar com a família. Por outro lado, quem está desempregado ou trabalha informalmente e não recebe 13.º salário vai ter que passar o final do ano sem o valor a mais no orçamento doméstico. Esse ano está difícil, mas a gente vai se planejando, relata Sandra de Almeida, 46 anos, que trabalha como voluntária.
Bastante para quem paga, pouco para quem recebe
Para quem está na outra ponta da relação e paga 13.º salário, é preciso disciplina o ano inteiro para garantir os recursos para o final do ano. O comerciante farroupilhense Jorge Varela, 49 anos, vai pagar 13.º salário para seis funcionários em dois estabelecimentos de sua propriedade na cidade. É bastante para nós que pagamos e pouco para quem recebe, comenta Varela. Nossa satisfação é poder honrar com todos os nossos compromissos. Na administração municipal, segundo o prefeito Claiton Gonçalves, o pagamento da primeira parcela do 13.º foi feito em agosto e a segunda ocorre em dezembro.
Poupar, presentear, investir e pagar as contas
Um levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) aponta que 27% dos trabalhadores que recebem 13.º salário vão utilizar o dinheiro extra para poupar ou investir. Um total de 23% dos trabalhadores devem utilizar ao menos parte do 13.º salário para comprar presentes de Natal, enquanto 17% vão usar o dinheiro extra para quitar dívidas que estão em atraso. Há ainda 16% que vão gastar o recurso durante as festividades de Natal e Ano Novo e 13% que vão pagar despesas essenciais da casa, como contas de água e luz. Outra alternativa que aparece com menos força (11%) é guardar o dinheiro extra para cobrir tributos e impostos típicos de início de ano, como IPTU e IPVA, por exemplo, informa, em nota, o SPC Brasil.
Na avaliação do educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, antes de decidir o que fazer com o dinheiro do décimo terceiro salário, o ideal é que o consumidor faça uma análise de sua situação financeira e estabeleça prioridades. O dinheiro deveria ser primeiramente pensado para pagar dívidas atrasadas, empréstimos ou para investir. Se o consumidor tem apenas uma dívida em aberto, é mais fácil resolver o problema. Caso exista mais de uma, o ideal é escolher aquela que está atrasada ou optar pela que possui o valor com juros mais altos como, por exemplo, cheque especial e cartão de crédito, afirma Vignoli. O educardor financeiro ainda alerta que é importante considerar os gastos que costumam aparecer no começo do ano, como o IPTU, as mensalidades escolares e o IPVA, por exemplo.
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ESPECIAL POR
Eduardo kopp
eduardokopp@gmail.com