Em três dias de chuvas, aguaceiro invadiu nove vezes residência em Farroupilha

Empresário passou noite de terror com ameaça da água de sanga vizinha invadir a casa da família

Silvestre Santos
silvestre@ofarroupilha.com.br

.

Morador da Rua José Alexandre Gazzoni, no bairro Ipanema, o empresário do ramo gráfico, Maicon Ricci, viveu momentos de apreensão, e pânico, na madrugada de quinta-feira da semana passada, dia 2 de maio, quando a chuva era torrencial sobre Farroupilha, a Serra Gaúcha e boa parte do Rio Grande do Sul. Entre o corre para um lado e corre para o outro, tentado salvar móveis no piso inferior da casa em que mora com a esposa e um filho de nove anos, Ricci assistiu, feito telespectador televisivo, a água barrenta da sanga que passa atrás da sua propriedade se acumular no pátio e alcançar cerca de um metro de altura na ampla porta de vidro dos fundos.

“Em apenas três dias de chuva a água entrou nove vezes aqui em casa. Felizmente essa porta de vidro resistiu porque, do contrário, o prejuízo seria muito grande”, contou o empresário. Ele explica que os danos materiais só não são maiores porque adotou uma estratégia a fim de evitar que o aguaceiro se avolume dentro da moradia: enquanto a água entra pelos fundos, ele deixa a porta da garagem aberta para que escoe para a rua, sem que a lâmina se eleve mais do que três a cinco centímetros.

Por causa das chuvas da semana passada, Maicon contou que o prejuízo ficou limitado a um roupeiro e uma sapateira, móveis que estavam em um quarto no piso inferior da casa. Na cozinha os móveis foram feitos sob medida. “Não vou mexer agora, pois se mexer é certo que vai acabar quebrando o granito do balcão da pia, e o prejuízo vai ser bem maior. Vou deixar assim, de momento, porque o que estragou foi só o rodapé”, contou.

O problema da água dentro da casa de Ricci tem origem em um muro que, por determinação judicial, não pode concluir. Com isso, a cada vez que sai do leito, a água da sanga que tem atrás do imóvel acaba invadindo, no mínimo, o terreno dos fundos. Desta vez, nem o tapume – que agora ela já mandou reforçar – foi suficiente para conter o volume e a força da enxurrada. “Essa aí, sim, bateu o pânico, pensei que os vidros não iriam aguentar. Das nove vezes que entrou água em casa, essa foi a pior, com toda certeza”, assegura o empresário, em tom de resignação.