Ensinando a estudar

Com a metodologia que ensina a estudar, o professor Fábio Mendes, autor de cinco livros, divide com a plateia um novo olhar sobre a questão

O DNA da Alma escolheu a dedo o mês de outubro – Dia das crianças e do professor – para trazer à cidade os conhecimentos do professor doutor Fábio Mendes, autor de cinco livros e de projetos pedagógicos inovadores, que defendem a ideia de combate ao ensino chato e desmotivador.

Com a palestra intitulada Estudar é chato? Mendes vai falar informalmente sobre o método que ensina um caminho mais adequado para a tarefa, baseado em quatro etapas: leitura panorâmica (rápida e superficial) do material de estudo; seleção e marcação dos trechos mais relevantes no texto; anotações das informações mais importantes e exercícios (formulados pelo professor ou mesmo com base nas dúvidas dos estudantes).

Graduado, mestre e doutor em Filosofia e Direito pela UFRGS, ele conversou conosco, antecipando o que dividirá com os participantes do encontro que acontece neste sábado, 20 de outubro, às 15 horas, no auditório do Sindilojas.

JOF – Como concluiu que os alunos não gostam de estudar?

FM –Pelo contato que tive com eles. Primeiro foi uma experiência pessoal minha, pois eu não gostava, mas depois descobri que na verdade eu não sabia como estudar. Escrevi um livro sobre isso, sobre como é que a gente estuda para o vestibular e quando eu comecei a passar nas escolas para divulgar o livro, ficou claro que grande parte dos alunos não gosta de estudar e não sabe estudar. Quantos de nós tivemos aula sobre como estudar? Temos aulas sobre diversos conteúdos, mas uma aula específica, durante toda a educação básica, sobre como estudar será que a gente teve? Não há aula sobre metodologia de estudo e isso acaba fazendo uma diferença muito grande. Acabamos adquirindo algum método por conta pró-pria.

JOF – Como melhorar a educação, partindo desta ideia de que os alunos não gostam de estu-dar?

FM – Justamente ensinando aos alunos sobre como estudar. Eu tenho trabalhado bastante com isso, com aulas chamadas de oficinas de estudo.

JOF – Quais as dicas para os alunos?

FM – A dica é que estudar não é uma atividade simples, que eu faço de qualquer jeito. Estu-dar envolve pensar bem nos meus horários, respeitar horários de lazer porque senão vou estudar e eu fico desconcentrado, pensando que eu gostaria de estar no lazer. Seguir um método de estudo, baseado nas quatro etapas já mencionadas.

JOF – E para que os pais não enlouqueçam diante da constatação?

FM – Os pais realmente ficam muito preocupados sobre essa questão de estudo e com ra-zão. Mas a dica é que eles devem estabelecer um acordo com o filho sobre quando estudar. Acordo e não imposição. Eles têm que conversar com o filho e descobrir um horário em que ele tenha maior disposição para estudar e acompanhar o estudo. Não adianta só cobrar o estudo. É uma questão séria que envolve pais e filhos.

JOF – O que o público pode esperar de sua palestra?

FM – Um encontro bastante produtivo e objetivo. Vou passar ferramentas sobre como estu-dar, como programar horários e também que a gente consiga entender quais são as causas que tornam o estudo tão chato e o que pode ser feito para superar essas dificuldades. 

REPORTAGEM:
CLAUDIA IEMBO
claudia@ofarroupilha.com.br