Vá de bicicleta

A segunda fase post Pandemia Coronavírus está gerando uma revolução no transporte das pessoas na Europa, o uso da bicicleta

A segunda fase post Pandemia Coronavírus está gerando uma revolução no transporte das pessoas na Europa, o uso da bicicleta está sendo muito estimulado ao invés de automóveis particulares e coletivos. Todos os anos, no dia 03 de junho celebra-se o Dia mundial da Bicicleta, essa data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas – ONU, com o objetivo de gerar consciência dos benefícios sociais derivados do uso da bicicleta como meio de transporte e para o tempo livre. A ONU reconheceu que a bicicleta estimula a criatividade e o compromisso social e oferece ao usuário uma consciência imediata do ambiente local.

 “A bicicleta pode ser uma ferramenta para o desenvolvimento e um meio não apenas para o transporte, mas também de acesso à educação, saúde e esporte.”
Eu sou um apaixonado por bicicletas, fui ciclista de competição e agora sou um cicloturista apaixonado. A bicicleta me ensinou muito. Quando competia ela me ensinou a derrota e a vitória, o valor da disciplina e do trabalho em equipe, me ensinou que vencer não significa  derrotar o outro mas superar a si mesmo. Ela já me fez sentir muita dor, foram muitos os tombos desde que aprendi andar sem as rodinhas, mas as alegrias sempre foram maiores. Hoje quando ando de bicicleta pelas estradas do mundo me sinto como um pássaro livre e a cada pedalada me empodero de respeito com as belezas que  o planeta proporciona.
A bicicleta é um veículo sofisticado. Leonardo da Vinci foi quem criou a primeira bicicleta com correia e pedais, como  a que conhecemos hoje, também foi ele quem declarou que:  “A  simplicidade é o máximo grau de sofisticação.” Ironicamente a simples bicicleta está tomando o lugar do Rolls Royce, do Bentley e do Mercedes para se tornar a protagonista do centro de Londres, Paris, Milão e tantas outras metrópoles do mundo. Ela não contamina, é elegante e proporciona saúde.

A pandemia que parou o mundo nos deixou uma mensagem clara, o ritmo de vida e as ambições criadas pela humanidade estão adoecendo as pessoas e a natureza. É hora de refletir, reobjetivar e redescobrir a fortuna que é estar vivo e o que significa viver. Os modelos de trabalho pesados e sobrecarregados estão entrando em choque. A maioria da população não aguenta mais viver para trabalhar, não tolera mais a má distribuição de renda e de recursos e o modelo onde poucos têm muito e muitos não têm quase nada. A vida exige, reclama, igualdade, equidade, respeito.

A bicicleta se tornou o símbolo da revolução post-pandêmica. Usar uma bicicleta é sinônimo de inteligência, deixou de ser status de pobreza, tornou-se sinônimo de riqueza intelectual. Obviamente que para ser aceita e difundida é necessário fomento e criação de infraestruturas, mas, sobretudo de ruptura de paradigmas culturais. Aqui na Europa é comum ver executivos de alto escalão irem de bicicleta para o trabalho e as levarem consigo quando saem de férias. Ela não só é um meio de transporte saudável e limpo, ela representa uma filosofia de respeito à vida. 

Dizem que é o veículo do futuro, foi inventada para ser. Com uma bicicleta, qualquer lugar fica mais próximo e deves cuidá-la, pois será tua grande amiga. Ela te torna livre e faz mágicas. Com o sol radiante e uma brisa fresca,  andar de bicicleta é como estar voando e se fizer muito calor pedalar baixo a chuva lava a alma. Por falar em alma, quando pedalo faço as minhas mais profundas orações. Uma bici é um instrumento contra a dor.

Essa não é apenas a minha opinião, a própria Organização Mundial da Saúde como solução para a fase 2 da maior crise sanitária dos últimos tempos, adverte: “a bicicleta é perfeita para evitar aglomerações, manter a distância social e melhorar a saúde da população.”.