O que você precisou ceder na pandemia?

A pandemia de coronavírus afetou todas as pessoas, no mundo inteiro. Cor da pele, nível intelectual e educacional, país, localização,

A pandemia de coronavírus afetou todas as pessoas, no mundo inteiro. Cor da pele, nível intelectual e educacional, país, localização, religião, classe social, nada disso pode impedir a mudança de hábito das pessoas. Tudo que acontece na sua vida e na minha, que não nos matar, servirá para aprendermos alguma coisa. As pessoas que não estavam acostumadas em ceder a alguma de suas vontades, foram obrigadas a fazê-lo.
A vida estava seguindo normalmente. As pessoas trabalhavam, estudavam, iam a festas, almoçavam e jantavam em restaurantes, viajavam, etc. Mas tudo foi afetado de repente. Quem trabalhava para receber diariamente não pode mais trabalhar. Muitas pessoas que tinham empregos ficaram desempregadas. 
Os governos precisaram elaborar programas urgentes para evitar que muitas pessoas não tivessem o que comer. Grande parte dos países, seus estados e cidades decretaram situação de emergência ou calamidade pública. Surgiram milhares de campanhas para arrecadação de alimentos, materiais de higiene e hospitalares, etc.

Nos serviços públicos, os governos preveem redução de até 50% nas suas arrecadações. Embora ninguém ainda esteja falando, as prefeituras irão atrasar os salários dos seus funcionários em quase todo o Brasil. Neste sentido, com tantas pessoas sendo forçadas a ceder algo em suas vidas, me senti na obrigação de fazer algo também, mesmo não sendo forçado. 

Solicitei, por minha livre e espontânea vontade, a redução do salário que recebo pelo trabalho que desenvolvo na prefeitura de Canoas. Moro em Farroupilha há mais de 40 anos e trabalho em Canoas. Nessas minhas idas e vindas diárias, acompanhando os acontecimentos de Farroupilha, Canoas, do Rio Grande do Sul e do Brasil, senti que também precisava fazer algo. 

Como recebo dinheiro público pelo trabalho que desenvolvo em Canoas, estou fazendo aqui uma prestação de contas, porque é um jornal da cidade onde moro desde meu nascimento. Neste sentido, solicitei a redução de 30% do meu salário, pago pela Prefeitura Municipal de Canoas. Pelo que farroupilhenses me informaram, sou o primeiro morador da cidade de Farroupilha, que recebe dinheiro público, a seguir o exemplo do Governador Eduardo Leite e do Prefeito de Canoas Luiz Carlos Busato, solicitando espontaneamente, a redução do próprio salário em 30% durante três meses. Creio que isso é o mínimo que eu poderia fazer.

Olhando ao nosso redor, percebemos que há empresários com dificuldades, pessoas perdendo empregos, outras pessoas pensando no que fazer para se alimentar, etc. Isso nos faz refletir e realizar muitas outras ações, que neste caso, apenas Deus precisa saber e ver.