Medo do desemprego

Pesquisa trimestral da CNI mostra que, apesar da alta em setembro, o Índice de Medo do Desemprego ainda está baixo.

Pesquisa trimestral da CNI mostra que, apesar da alta em setembro, o Índice de Medo do Desemprego ainda está baixo. Brasileiros também estão mais satisfeitos com a vida.

Os brasileiros estão com mais receio de perder o emprego do que no segundo trimestre. O Índice do Medo do Desemprego aumentou 0,8% em setembro na comparação com junho e acumula uma alta de 2% em relação a setembro do ano passado, informa a pesquisa Termômetros da Sociedade Brasileira, divulgada nesta semana, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Apesar disso, o índice, que alcançou 75,3 pontos em setembro está próximo dos 71,6 pontos de setembro de 2011, quando foi registrado o menor valor da série, iniciada em 2003. O índice ainda está baixo, avalia o gerente executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. Segundo ele, o aumento registrado no terceiro trimestre pode ser resultado da retração da atividade industrial e das notícias sobre a redução do ritmo de expansão do emprego.

De acordo com a pesquisa, o medo do desemprego cresceu mais no conjunto das regiões Centro-Oeste/Norte, onde o índice cresceu 15,1% em setembro na comparação com junho. Em todo o Brasil, na estratificação por idade, o temor é maior entre as pessoas que têm entre 40 e 49 anos. Por escolaridade, entre os que têm curso superior e, por renda, entre quem ganha até um salário mínimo.

Mesmo assim, os brasileiros estão mais felizes. O Índice de Satisfação com a Vida cresceu 1,7% em setembro diante de junho e é o terceiro maior da série, que começou em 2003, perdendo apenas para os resultados de dezembro de 2008 e setembro de 2010. O levantamento revela que as pessoas que ganham mais de cinco salários mínimos são as mais satisfeitas com a vida.

Na avaliação de Renato da Fonseca, o baixo Índice do Medo do Desemprego, associado à elevada satisfação com a vida, indica que as pessoas estão dispostas a manter o nível de consumo, o que é favorável para a economia. Ele explica que o medo do desemprego é maior entre quem está mais satisfeito com a vida, porque há uma tendência das pessoas temerem a perda do que conquistaram.