Atletas vivem momento único

Dois atletas amadores com fortes vínculos na cidade de Farroupilha conduziram o símbolo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que esteve

Dois atletas amadores com fortes vínculos na cidade de Farroupilha conduziram o símbolo dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que esteve de passagem pela região no início do mês. No dia 8, Guilherme Mari, que trabalha na Grendene, conduziu a Tocha Olímpica em Caxias do Sul. Já Wagner Alencar Hennicka, cujo início no atletismo deu-se através da ACORF, participou do revezamento da tocha em Bento Gonçalves no dia 9.
Ambos expressaram através de suas redes sociais o sentimento vivenciado.A Chama Olímpica é um importante símbolo dos Jogos. Representa a paz, a união e a amizade. Orgulho de fazer parte dos 12 mil condutores da tocha. Foi muito emocionante, sensação única, destacou Guilherme.
Estou muito feliz em fazer parte deste evento que servirá como estímulo para que mais pessoas pratiquem esportes como meio de lazer, inclusão social ou manutenção da saúde. Vai ficar na memória para sempre. Sensacional ser um dos condutores da Tocha Olímpica Rio 2016, enfatizou Wagner.
É interessante analisar que tal como a maioria dos atletas amadores que organizam a agenda entre trabalho, estudos e treinos, tanto Mari quanto Hennicka têm conquistado bons resultados em Corridas de Rua.
Representante
da modalidade
ultramaratonistas

Atletas normalmente têm histórias de superação e algumas vezes, também em suas vidas pessoais.
O metalúrgico caxiense, neto de farroupilhenses da Linha Jansen, Jaime Maria da Rocha, 48 anos, tornou-se ultramaratonista – aquele que percorre distâncias acima de 42.195 metros – em 1995 e depois de ter participado de 200 maratonas, foi convidado a conduzir a tocha olímpica na cidade de Gramado, no início do mês.
Em tempos que precedem os Jogos Olímpicos, atletas pouco conhecidos ganham destaque. Nosso entrevistado já saiu em revistas pelo esporte que abraçou, mas também já viveu nas ruas de São Paulo e de Porto Alegre. Venceu suas barreiras e conquistou seu espaço.
Comecei a correr quando tinha uns 15 anos, por uma brincadeira entre primos. Gostei e corri por 20 anos em São Paulo. Quando me tornei ultramaratonista alcancei grandes resultados, sendo por vários anos o terceiro melhor em provas de 24h. Hoje, estou em quinto no ranking nacional com a marca de 233.202 metros em 24 horas de pista, explica Rocha, lamentando a falta de apoio financeiro para continuar a competir as grandes ultras brasileiras.
O atleta já participou de provas importantes e tem propriedade para aconselhar. É muito complicado ser atleta no Brasil porque é preciso suporte, mas tem que acreditar sem si mesmo e ter coragem para treinar sozinho, diz.
Rocha bateu recorde em Caxias do Sul, em 2011, quando fez 120 km em 12 horas. Antagonicamente, a maior distância percorrida – 233 km em 24 horas, em São Paulo – não foi a prova mais difícil. A mais longa e mais difícil foi a Brazil 135, com desnível de mais de 10.000 metros na serra da Mantiqueira, Interior de sul de Minas Gerais e norte de São Paulo, foram 217 km e 300 metros, em 40h33min, sem carro de apoio, correndo a prova toda com um par de tênis, quando o ideal são três ou quatro pares. Sozinho, sem alimentação, sem incentivo, relembra.
Por suas conquistas, Jaime Maria da Rocha, representando a modalidade Ultramaratonistas, foi um dos escolhidos para conduzir a tocha olímpica. Foi em Gramado e não em sua cidade, mas como ele mesmo diz, já está acostumado a representar Caxias estando fora dela.
Foi um verdadeiro prêmio! Ser ultramaratonista é uma opção de vida, com a qual supero todas as adversidades da vida, conclui.

Olimpíadas
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 acontecem do dia 05 a 21 de agosto.