“Família, trabalho e amigos movem nossa vida”
Muito comum vermos a pediatra Eleonora Peters Broilo, agora também
Presidente da Câmara de Vereadores, acompanhada do marido Luiz Carlos. A parceria é resultado de uma vida inteira de amizade

Parece roteiro de cinema, destas obras que contam histórias de amor, de casais que se conhecem a vida toda, acabam casando e passando a existência juntos. Parece, mas não é. A dra. Eleonora Peters Broilo, médica pediatra, vereadora pelo MDB e atual presidente da Câmara de Vereadores de Farroupilha protagoniza um enredo deste ao lado do marido Luiz Carlos Broilo e por isso é muito comum vermos os dois juntos pela cidade.
Ele nasceu em uma casa na Pena de Moraes e ela na casa que há em frente ao Hospital São Carlos, onde hoje está a clínica Zeni. Naquela época, a família de Luiz Carlos possuía um armazém ao lado da residência de Eleonora e ele tinha amizade com a irmã dela, Heloísa. Estava escrita a proximidade entre eles, interrompida apenas pelos anos em que Eleonora morou em Porto Alegre.
“Quando a Eleonora debutou, foi meu pai quem fez as fotos dela”, conta o moço que levou a noiva de 19 anos ao altar. Casaram-se em 1976 e aos 24 anos ela tornou-se mãe de Fabiano, hoje médico intensivista em Bento Gonçalves, onde mora.
Luiz era gerente na vinícola Rio Grandense e Eleonora foi estudar Letras, curso suspenso pela volta à Porto Alegre por causa do trabalho do marido. Com filho pequeno, ela foi estudar Medicina. “Esta sempre foi minha meta e pediatria era meu objetivo desde o começo”, entrega.
Nove anos de faculdade alimentados pelo gosto aos estudos, que a fez passar em concursos de hospitais e para assumir plantões, como o da Unimed. ‘Passamos incontáveis fins de semana separados por causa dos plantões dela”, diz o marido, que ganha o acréscimo das palavras da esposa: “Ele assumiu a educação do Fabiano para eu me dedicar à carreira e sem ele eu não teria conseguido o que consegui”, analisa.
A vinícola em que Luiz trabalhava fechou e o casal voltou à Farroupilha, terra natal de ambos. O filho Fabiano estava com 17 anos e ficou estudando em Porto Alegre.
Aqui na cidade, a vida seguiu seu curso com o trabalho no consultório e dentro do Hospital São Carlos, onde a médica atua há 18 anos. Foi pela instituição que a médica quis entrar na política, já que a veia foi herdada do avô Venzon, um dos primeiros vereadores de Farroupilha.
Política
“Eu precisava ajudar o hospital por isso me envolvi. Entrei pelas mãos da Tetela, minha madrinha política, em 2014. Em 2016 concorri e fui eleita”, conta.
Ainda ressaltando sua preocupação com o Hospital São Carlos, que “chegou à beira de uma catástrofe”, a médica completa: “Foquei em projetos que fizessem a diferença para a instituição, por exemplo: a transparência na fila de espera do SUS, que estão implementando e vai trazer um benefício imenso, e o fila zero, agendamento com até 72 horas para pacientes com câncer ou investigação da doença. Projetos que vão causar impacto! ”, explica a vereadora que agora passa a viver situações diferentes como presidente da Câmara de Vereadores, já que todas as resoluções serão assinadas por ela.
Administrar a vida política e a carreira para ela é “uma questão de organização”. “Claro que eu tenho pessoas que me ajudam nisso como a Jaque no consultório e a Beatriz em casa, que está comigo há 20 anos”, lembra.
Hoje, a médica não faz mais plantões e aos 65 anos consegue passar mais tempo com o marido e com a família. “Família, trabalho e amigos movem a nossa vida”, diz. Na frase, a concordância de Luiz Carlos. Para ela, o segredo do casamento de 46 anos pode ser definido em apenas uma palavra: resiliência.
Dona de uma forma objetiva de se expressar, Dra. Eleonora vai empregar seu estilo neste ano frente à presidência da Câmara de Vereadores, assim como faz em seu consultório, assim como faz em sua vida. Certamente, o marido Luiz Carlos estará por perto para apoiá-la.


Vacinação das crianças
Questionada sobra a vacinação das crianças de cinco a 11 anos contra a Covid-19, a pediatra expressa o seguinte: “De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria e da Sociedade Brasileira de Infectologia, ambas defendendo a vacinação em crianças de 5 a 11 anos, e com base em tudo que já li, minha posição é favorável à vacinação. Mas essa prerrogativa será muito discutida entre as famílias e a palavra final, já que não há obrigatoriedade na vacinação contra Covid em crianças nessa faixa etária, será das famílias”.
REPORTAGEM: Claudia Iembo