O correto manuseio do extintor de incêndio
Além de saber usar o equipamento, é importante observar sua vida útil e seu prazo de validade
Após a tragédia de Santa Maria, cresceu a procura pela manutenção e trocas de itens de segurança obrigatórios como extintores de incêndio. Ricardo Stecanella, diretor administrativo da Extinfar, empresa do ramo de prevenção e combate a incêndios há 26 anos, explica que muitas empresas possuem os itens de segurança pensando apenas em manter-se em dia com a fiscalização, sem levar em conta a possibilidade de utilização em casos de emergência e por isso, muitas estão irregulares.
No caso de extintores, por exemplo, algumas empresas acabam por não realizar a devida manutenção do equipamento, que possui prazo de validade. Por isso, empresas especializadas adotam a prática de revisão com visitas já programadas aos clientes para a manutenção e recarga dos dispositivos de combate ao fogo.
Stecanella explica que os principais critérios a serem analisados no caso dos extintores são a validade e o marcador de pressão que deve sempre estar posicionado na cor verde no relógio. Sem estes fatores em dia, não há como garantir a funcionalidade do aparelho. Normalmente, os extintores indicados são do modelo de 4 kg ABC, que servem para qualquer tipo de sinistro.
A capacidade de ação dos extintores é em média de 200 a 250m². Eles são compostos de pó químico de fosfato monoamônico e combatem fogo de 200 a 250 litros de gasolina. A pessoa nunca deve se colocar numa situação de risco. Ela pode fazer o combate inicial, mas se não conseguir controlar o fogo, deve imediatamente deixar o local e acionar o Corpo de Bombeiros, explica o empresário. A pessoa só dá importância a estes itens na hora em que precisa usar, observa Stecanella, ao explicar que muitas pessoas ainda levam o custo como fator determinante. Além dos extintores, outros itens obrigatórios também compõem a segurança como as placas indicativas de saídas de emergência e de rota de fuga, luminárias de emergência e barras antipânico.
A tragédia de Santa Maria foi um divisor de águas. Agora quando entrarmos num estabelecimento será comum verificarmos os itens de segurança. Acredito que teve uma valorização do nosso trabalho e uma mudança cultural, analisa. Stecanella ainda orienta que as pessoas tenham um extintor também nas suas residências, para evitar acidentes domiciliares.
Confira o passo a passo do manuseio correto na matéria da edição impressa da última sexta-feira.