Experiência para encarar os desafios da saúde pública

Último nome anunciado do secretariado do prefeito Claiton Gonçalves, Rosane Bourscheidt da Rosa passa a liderar a Secretaria Municipal de Saúde e pretende, por meio de diálogo e ações pragmáticas, racionalizar a gestão do Hospital São Carlos e viabilizar o funcionamento efetivo da UPA em Farroupilha

Natural de Venâncio Aires, na Região dos Vales do Rio Pardo e Taquari, a nova integrante do governo municipal, tem larga experiência na área. Rosane Bourscheidt da Rosa (PDT) atuou durante 21 anos como servidora pública na sua cidade natal, sendo que os últimos oito, trabalhou como Secretária Municipal Adjunta de Saúde. Também é 1ª Secretária do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (COSEMS/RS).
Em Venâncio Aires, Rosane trabalhou no avanço de muitas questões, entre elas a recuperação do Hospital São Sebastião Mártir. Em 2011, a casa de saúde passou por uma intervenção do poder público e no andamento de todo esse processo foi possível angariar recursos, pagar as demandas mais urgentes, habilitar para cirurgias vasculares e mamografias, 10 leitos de UTI no Estado e no Ministério da Saúde, além equipar o hospital e implantar a média complexidade em traumatologia.
Agora em Farroupilha, Rosane tem grandes desafios e, dentro da área da saúde, deixar de falar do Hospital Beneficente São Carlos é impossível, ainda mais pelo momento difícil que a instituição tem enfrentado. A nova secretária é sucinta em suas palavras, mas demonstra comprometimento, conhecimento técnico para enfrentar a situação e disposição ao diálogo aberto, tanto nesta questão quanto nas demais que terá de lidar na pasta da qual tomou posse.

Jornal O Farroupilha – Quem é Rosane Bourscheidt da Rosa?
Rosane – É alguém que prima pela questão do diálogo e do comprometimento. Sempre estou em busca das informações e dos serviços para quais estou engajada, tanto em nível de estado quanto federal. Respeito muito o trabalho em equipe, as hierarquias dentro do processo de trabalho e valorizo o bom entendimento, sempre com muita humildade.
Além disso, sou natural do município de Venâncio Aires, servidora pública há 21 anos e ao longo desse tempo participei da gestão de vários governos, sendo que nos últimos oito anos estive atuando como Secretária Adjunta da Saúde.

Jornal O Farroupilha – Na sua trajetória profissional, a sua atuação junto ao Hospital São Sebastião Mártir, de Venâncio Aires, é tida como um caso de sucesso. A instituição passava por dificuldades financeiras e de gestão, tal como Hospital Beneficente São Carlos enfrenta hoje. Pode-se criar um paralelo entre esses dois casos, a fim de encontrar alguma caminho a ser seguido pelo hospital farroupilhense?
Rosane – Sim. Principalmente nestes últimos anos, junto da administração municipal de Venâncio Aires conseguimos vários avanços na área da saúde e no caso do hospital, tivemos que lidar com todo um processo de fechamento de serviços que vinha acontecendo devido a dificuldade financeira e problemas de gestão. Após uma intervenção, efetivamos uma consultoria dentro da instituição, o que possibilitou colocar vários itens em dia e nos dar acesso a recursos que estavam bloqueados. Com as negativas liberadas, por exemplo, pudemos equipar a UTI e entrar com um processo de habilitação do serviço junto ao Estado e o Ministério da Saúde. Dessa forma, passamos a ter mais acesso a recursos e também a atrair novos profissionais da área para o município, uma vez que a UTI dava retaguarda para o exercício da profissão deles. Conquistamos ainda, por meio da abertura de processos de habilitações, recursos da Porta de Entrada de Urgência e Emergência, que são importantes, pois são livres. E é neste exemplo que podemos aplicar aqui em Farroupilha, uma vez que tal como o hospital de Venâncio, o São Carlos é referência para um grande número de município e é imprescindível trazer esses de recursos. Vamos trabalhar para isso também.

Jornal O Farroupilha – Encara a difícil situação do Hospital São Carlos como a sua principal missão frente à Secretaria Municipal de Saúde?
Rosane – Sim, a minha grande missão é de que o Hospital São Carlos se equilibre financeiramente e que consigamos organizar a gestão dentro dele. Este é o foco principal. Sempre acreditei nesta parceria da administração municipal. O Hospital é imprescindível para o município. Ele faz parte da rede da saúde e precisamos que ele esteja bem para poder fazer o atendimento à população. Então, meu trabalho é como parceira, como um igual. Sempre estarei à disposição, para ver no que eu e toda equipe podemos estar ajudando a fim de se manter o nível de satisfação do usuário. E também tenho como prioridade a finalização da UPA, com sua equipação e habilitação para que seja aberta à população.
Quero – e isso é muito importante frisar – atuar junto a equipe de trabalho, de ponta a ponta. Isso é fundamental. Desde o atendente, passando pelo profissional de higienização até os representantes do alto escalão. Sempre com harmonia e diálogo, pois esta é a minha característica.

Jornal O Farroupilha – Como estão sendo esses seus primeiros dias frente à pasta, tanto em função do relacionamento com os novos colegas quanto aos primeiros contatos com o funcionamento dos trabalhos?
Rosane – Foi uma grata surpresa ser tão bem acolhida num município totalmente novo para mim. Fui muito bem recebida por todos da administração do prefeito Claiton, inclusive secretários, assessores e colegas da Secretaria de Saúde, estes que são cerca de vinte profissionais. Sou uma pessoa de fora e como o prefeito Claiton falou, a proposta da minha vinda é a de somar por meio do meu conhecimento técnico e também na questão de poder me integrar bem com a equipe neste aspecto, que é fundamental.
Sobre o convite para ser secretária, o recebi como um desafio – e a vida é feita de desafios. Estou disposta a somar com toda a equipe de trabalho. Tenho muito a contribuir com o governo municipal. Claro, nesses primeiros momentos estou me inteirando dos processos dentro da Secretaria e do município como um todo. Esses são os primeiros passos. Outros importantes virão.

Jornal O Farroupilha – Já conseguiu se inteirar sobre o funcionamento da rede pública de saúde municipal? Como o avalia?
Rosane – Antes mesmo de vir para cá eu acessei os sistemas a nível de Estado e Ministério da Saúde e pude perceber aqui uma organização muito boa em termos de estrutura física, de serviços já implantados. É uma cidade muito evoluída e isso é muito gratificante.

Jornal O Farroupilha – O prefeito Claiton Gonçalves determinou aos secretários municipais um plano de metas. Além dos projetos já mencionados, qual outro você está encaminhada a realizar?
Rosane – A orientação do prefeito Claiton é de trabalhar na questão da inteligência do município, na informatização de toda a rede, de ponta e ponta e isso já está sendo desenvolvido. Já estou me inteirando e entendendo como estão esses processos de implantação dessa rede em todas as unidades de saúde, tanto em aspectos lógicos, elétricos, de equipamentos. Isso é um ponto chave dentro da minha atuação na Secretaria.

Jornal O Farroupilha – Quais características acredita que foram determinantes para a escolha do seu nome para a Secretaria de Saúde?
Rosane – Como eu tenho essa jornada na área da saúde, um dos aspectos que eu sempre busquei foi o entendimento junto ao Estado. Faço parte do COSEMS/RS, que ao longo dos anos se fortaleceu muito, sendo importante para todos os gestores de saúde. Faço parte também da secretaria técnica do Estado, parte da CIB – Comissão Intergestores Bipartite, onde passam todas as compactuações e todas as habilitações de serviço do Estado. Essa atuação foi um dos aspectos que me aproximou de Farroupilha e que, acredito eu, contou na busca por alguém para o posto que agora estou exercendo.

Jornal O Farroupilha – Ao seu ver, o que é prestar um bom serviço público na área da saúde? E quais preceitos vão nortear a sua atuação frente a Secretaria da Saúde?
Rosane – Para prestar um bom serviço público na área da saúde é preciso estar aberto à população. Eu vou estar sempre aberta a atender as pessoas, buscando suprir as necessidades delas, no que diz respeito à saúde. Se não temos uma especialidade médica no nosso município, por exemplo, vamos buscar num próximo. E sempre daremos o retorno, nunca deixando o cidadão sem uma resposta. Quero trabalhar cada vez mais na humanização e na proximidade com o usuário do sistema de saúde, pois é por meio do diálogo que se constrói uma saída e se pode atender da melhor forma os munícipes.