Processo de Beatificação de Padre João Schiavo perto da conclusão

Foi antecipada de dezembro para o próximo dia 18 de outubro a Reunião Ordinária dos Cardeais e Bispos, etapa final

Foi antecipada de dezembro para o próximo dia 18 de outubro a Reunião Ordinária dos Cardeais e Bispos, etapa final do processo de beatificação do Padre João Schiavo. No início de novembro será publicado o Decreto sobre o Milagre. Em breve será anunciada a data para a solenidade da Beatificação, que será realizada no próximo ano, em Caxias do Sul.

O Processo de Beatificação
A Causa de Beatificação do Pe. João Schiavo, foi introduzida na Diocese de Caxias do Sul, pelo bispo Dom Paulo Moretto, em agosto de 2001. Neste mesmo ano, foi aberto o processo diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade do Pe. João Schiavo e concluído em outubro de 2003, sendo entregue no Vaticano, em novembro do mesmo ano.
Em 2009, foi instaurado novo processo na Diocese de Caxias do Sul, para analisar a cura de Juvelino Carra, recolhendo depoimentos dos médicos e enfermeiras que o atenderam e familiares próximos. Em dezembro de 2015, após ter recebido o parecer da Comissão de Cardeais que analisaram o Livro sobre a Vida, Virtudes e Fama da santidade do Servo de Deus, o Papa Francisco decretou a Venerabilidade de Pe. João Schiavo. Em fevereiro de 2016, a Comissão de Médicos do Vaticano reconheceu, na documentação analisada, que a cura não tem explicação médico-científica. Em junho cumpriu-se mais uma etapa do processo com a avaliação positiva da Comissão de Teólogos do Vaticano, composta por sete estudiosos da Congregação das Causas dos Santos, que analisaram as orações feitas por intercessão de Pe. João Schiavo para obter a cura do caxiense Juvelino Carra.

 Qual seria o Milagre analisado?
Em outubro de 1997, a partir de uma aguda dor intestinal, Juvelino Carra, de Caxias do Sul (RS), foi encaminhado para uma cirurgia de emergência (laparotomia). O médico cirurgião Dr. Ademir Cadore constatou que na realidade se tratava de uma trombose mesentérica venosa superior aguda, envolvendo todo o intestino delgado. Após atenta observação, averiguação e avaliação, foi tomada a decisão de desistir da cirurgia, fechar o abdômen e encaminhar o paciente à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para ser acompanhado até à iminente morte. Os familiares foram informados pelo médico da real situação: Não há o que fazer a não ser aguardar o óbito. Diante desta desconcertante notícia, a esposa de Juvelino pegou o santinho com a oração de Pe. João Schiavo, e repetia: Pe. João, tu deves sarar meu marido, tu deves ajudá-lo, tu deves reconduzi-lo para casa…, enquanto apertava forte a imagem, a ponto de amassá-la. Uma vez na UTI, Juvelino começava a dar evidentes sinais de melhora, para surpresa de todos. Em sete dias teve alta hospitalar, sem apresentar problemas ou sequelas. Transcorridos 12 anos do acontecido, por ocasião do processo sobre o presumível milagre, as avaliações da equipe médica do Vaticano confirmaram o estado de saúde normal de Juvelino.

Divulgação
A irmã Murialdina, Leda Borelli, desenvolve atualmente suas atividades pastorais na Província de Mendoza, na Argentina e está na linha de frente da divulgação junto à imprensa sobre as etapas do processo de beatificação do Padre João Schiavo, o qual Ir. Leda conheceu quando ela estava nos primeiros anos de sua trajetória religiosa. Nesta semana, em passagem pelo município, Ir. Leda visitou as rádios de Farroupilha e também a redação do Jornal O Farroupilha. 

Quem foi
Pe. João Schiavo?

O sacerdote, da Congregação dos Josefinos de Murialdo, nasceu na Itália, em Sant’Urbano de Montecchio Maggiore (VI), no dia 8 de julho de 1903 e desde criança desejava ser padre. Entrou na Congregação dos Josefinos de Murialdo e, em 1919, fez sua primeira Profissão Religiosa. No dia 10 de julho de 1927, com 24 anos, foi ordenado sacerdote. Quatro anos depois, realizando seu desejo de ser missionário e seguindo a ordem da obediência, partiu para o Brasil, chegando em Jaguarão (RS), no dia 05 de setembro de 1931.
Desde que chegou em solo brasileiro, Padre João desenvolveu uma intensa atividade vocacional e foi o primeiro mestre de noviços da missão Josefina no Brasil. Viveu sua vocação e missão sobretudo na Região de Caxias do Sul: em Ana Rech, foi professor, iniciador e diretor da Escola Normal Rural Murialdo; em Galópolis, foi diretor da Escola e pároco; em 1941, fundou o Seminário Josefino de Fazenda Souza, interior de Caxias do Sul, sendo o primeiro diretor dessa obra que marcaria sucessivas gerações de jovens.
Faleceu dia 27 de janeiro de 1967, com fama de santo.
Desde então, sua sepultura, atualmente no interior de uma capela que leva o seu nome, em Fazenda Souza, é local de orações e peregrinações. Ali, todo o dia 27, às 16 horas, é celebrada missa em sua memória. Por sua intercessão são atribuídas muitas graças e a fama de santidade entende-se até mesmo para fora do Brasil, com relatos de graças alcançadas na Argentina e Equador.