Sempre é tempo de aprender

Crescer requer a consciência de submeter-se a metas desafiadoras. Acreditar neste princípio é o primeiro passo em busca de mais conhecimento. Alguns empresários gaúchos enxergam o fato!

Reação. Palavra poderosa, capaz de mudar histórias. Em épocas de recorde de desemprego no país, tem gente que busca alternativas desta forma: reagindo, adquirindo mais conhecimento. Foi o que fizeram alguns empresários brasileiros que recentemente voltaram de Nova York, onde expandiram ainda mais seus horizontes.
Entre eles, nomes como o do criador da primeira plataforma digital all-in-one do país – o 4all – José Renato Hopf; o presidente da comissão de ética da ABF e diretor da Trópico, uma rede de lojas especializadas em surf e skate, Gustavo Schifino, a psicóloga e coach Silvia Marta de Vargas e Maria de Lourdes Anselmi, que dispensa apresentações.
No encontro de negócios, palestras de nomes mundialmente famosos como o do astronauta Scott Kelly, dono do recorde de dias passados no espaço (382, sendo 340 dias consecutivos por lá) e do fundador do Grupo Virgin, Richard Branson, já considerado pela revista Forbes um dos homens mais ricos do mundo, com investimentos que vão da música, às viagens aeroespaciais, biocombustíveis, vestuário, aviação.
Foi incrível! Precisamos sempre repensar nossos negócios e a informação é o combustível do futuro. A tecnologia é imprescindível, mas é muito clara a necessidade de valorizarmos as pessoas. Se eu puder resumir tudo o que vi, diria o seguinte: a sociedade, os funcionários, os clientes e os fornecedores da sua empresa precisam ter orgulho dela! Soma-se a isso o respeito com o meio-ambiente. Este é o segredo do sucesso, sintetiza Maria de Lourdes.
Segundo a empresária, grande parte do conteúdo transmitido nos Estados Unidos girou em torno da importância do respeito ao ser humano, da necessidade de semear o bem, sendo o retorno financeiro apenas consequência desta conduta no mundo dos negócios.
Minha percepção depois desta viagem é exatamente esta: não podemos perder de vista nosso bê-a-bá e devemos espalhar o bem porque o mundo está carente disso. Precisamos parar de criticar e começar a semear. O mais difícil é fazer as coisas simples. A tecnologia está transformando o varejo, mas o lado humano sempre estará em primeiro lugar, diz a mulher que empresta o sobrenome à marca que é referência em tricô na América Latina.

José Renato Hopf
O gaúcho José Renato Hopf é um homem empreendedor. Deixou uma carreira estável no Banrisul para entrar no setor de pagamentos eletrônicos. Em 2003 fundou a GetNet, uma das maiores empresas de pagamento da América Latina. Dez anos depois de sua fundação, empregava mais de 2,7 mil colaboradores e faturava mais de três bilhões ao ano! Em 2014 ela foi vendida ao Santander por R$ 1,1 bi.
Há dois anos criou a 4all, empresa de tecnologia que já chega ao mercado com oito milhões de usuários no país! Lançou um aplicativo que pretende redefinir o relacionamento entre empresas e clientes, beneficiando ambos através de uma plataforma aberta.
Sobre o que viu no encontro em Nova York, declarou: A NRF deste ano trouxe um olhar muito interessante sobre o papel das pessoas. Esse, sem dúvida, foi um ponto diferencial em relação às edições anteriores das quais eu participei. A mensagem foi muito clara. Quem quer ter sucesso no varejo tem que focar nas pessoas. Isso significa começar pelo básico: quem é o cliente, o que ele quer e saber se relacionar com ele da forma que ele quer. Isso evidencia uma questão que acredito muito, que é a compreensão de que a tecnologia é meio e temos que utilizá-la para conectar as pessoas e ajudar os negócios a serem mais humanos.

Gustavo Schifino
Volto de Nova York com a nítida sensação de que vi o futuro pelo jeito de consumir, o que acaba interferindo na vida de todos nós. Tocamos na ponta do iceberg. Tudo está mudando muito rápido e é preciso saber interpretar toda esta transformação e alinhar-se a ela. Se seu cliente vai até você porque tem prazer em fazer isso – e não por necessidade – parabéns, você já pertence a esse novo mundo. Se ele vai até você por necessidade, talvez você precise inovar. E se esta inovação não gerar certo medo, é provável que não seja inovação, comenta o empresário, que também é surfista e yogin.

Se seu cliente vai até você porque tem prazer em fazer isso – e não por necessidade – parabéns, você já pertence a esse novo mundo 
– Gustavo Schifino

Precisamos sempre repensar nossos negócios e a informação é o combustível do futuro. 
– Maria de Lourdes Anselmi

…a tecnologia é meio e temos que utilizá-la para conectar as pessoas e ajudar os negócios a serem mais humanos 
– José Renato Hopf