Talento para os negócios

Maria Ivete Rigo apostou naquilo que sabia fazer: biscoitos. O resultado? Quem não conhece os biscoitos Gosto Caseiro?

| Claudia Iembo
| Especial

Ela tem apenas um metro e sessenta, mas a coragem de um gigante para superar adversidades! Na trajetória desta gaúcha de Nonoai, sobram desafios vencidos até chegar ao ponto de ter a sua imagem atrelada a uma marca conceituada de biscoitos, seu negócio. Estamos falando de Maria Ivete Rigo, da Gosto Caseiro.

Maria Ivete foi uma das mulheres que recebeu o reconhecimento como profissional referência no jantar em homenagem ao Dia da Mulher Farroupilhense. Acredito que isso é resultado de um conjunto de ações porque não é fácil ser inovadora no Brasil, onde os encargos são altíssimos. Mas Farroupilha é lugar de gente empreendedora, então se não conseguimos boas repostas de um lado, vamos para outro, resume.

Esta característica é responsável pelas grandes novidades que estão iminentes para a Gosto Caseiro: o lançamento da linha orgânica e a exportação para o Uruguai. Estamos em fase de testes da nossa linha orgânica, que com certeza vai expandir nosso mercado, e também em negociação com a exportação, então, estamos com bastante trabalho, antecipa exclusivamente ao Jornal O Farroupilha.

Altos e baixos

Foram 31 anos até celebrar as conquistas de hoje. A empresa, fundada em 1985, focou sua atuação nos biscoitos em 1990, antes produzia pães, cucas, bolos. Nosso primeiro cliente foi a Banca do Rio das Antas! Não foi fácil chegar até aqui. No começo existia o preconceito com os produtos caseiros porque qualquer um podia fazer. Foi preciso muito trabalho e insistência porque nosso objetivo sempre foi manter as características artesanais do produto. Depois de um tempo, os caseiros ganharam espaço, recorda-se Maria Ivete.

Em 2011 a Gosto Caseiro atingiu seu maior crescimento e chegou a ter 40 funcionários! Mas vieram as dificuldades. Em 2012 tentamos expandir, buscando grandes redes fora do Rio Grande do Sul. Tivemos prejuízo e tivemos que nos reestruturar: reduzimos o número de funcionários para 10, conta.

Encontrou outro modo de driblar a crise junto às sócias Ivanete e Alexandra, respectivamente sua irmã e sua filha: consolidar parcerias. Hoje temos quatro parceiros para os quais ensinamos como fazer nosso produto. 70% da nossa produção são terceirizados e nos concentramos nos itens especiais, aqueles cujos diferenciais só nós conseguimos fazer, esclarece.

Entre os especiais está o Casadinho de Goiaba, grande responsável por alavancar os negócios da empresa, segundo ela.

Qualidade

As receitas dos biscoitos são resultado da tradição familiar. A irmã Ivanete cuida da produção e a família prova e aprova. Só depois as receitas são transmitidas aos parceiros e se não estiverem como precisam estar, os produtos não são comercializados. Conquistamos credibilidade junto aos nossos clientes, acrescenta.

36 anos depois do início dos negócios em Farroupilha, especificamente no desvio Blaut, onde está localizada a Gosto Caseiro até hoje, sua sócia fundadora comemora o que ela chama de melhor fase da vida: no auge dos 54 anos encontrou seu equilíbrio também pessoal. Estou bem segura, investindo em meu autoconhecimento, me espiritualizando e gostando de ficar comigo mesma. Maria Ivete está divorciada e a filha Alexandra, 29 anos, já está casada.

A pequena grande mulher consolidou-se como profissional e hoje segue uma rotina de cuidados com o corpo e com a mente. Faz musculação, Pilates, yoga, terapia e não dispensa o café da tarde com seus próprios biscoitos! São cinco por dia! Sempre fui biscoiteira, adoro um café com biscoito.

Valorizar o próprio produto deve seguir os mesmos princípios de amar a si mesmo. Os efeitos são inquestionáveis.