Campos de Cima da Serra deve ter safra de pinhão maior neste ano
As estimativas iniciais apontam para uma safra semelhante a do ano passado, ou seja, entre 10% a 20% maior na região

Com a colheita e venda do pinhão liberada desde o início deste mês, dia 1º, conforme determina a legislação estadual desde 2022, a semente já começa a ser oferecida no comércio da região e do Rio Grande do Sul. A Serra Gaúcha é a maior produtora de pinhão no estado, especialmente as regiões dos Campos de Cima da Serra e Hortênsias, onde o produto é importante na formação da renda ou mesmo no sustento das unidades de produção familiares que trabalham com o extrativismo da semente.
Conforme levantamento realizado pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar, assim como ocorreu em anos anteriores, a produção de pinhão na região da Serra, em 2024, deve apresentar variações entre os municípios. As estimativas iniciais apontam para uma safra semelhante a do ano passado, ou seja, entre 10% a 20% maior na região dos Campos de Cima da Serra. Somente o município de São Francisco de Paula tem uma produção, em anos de safras normais, estimada em 120 toneladas.
Para 2024, porém, estima-se uma colheita de aproximadamente 184 toneladas, o que representa um aumento de 20% em relação à safra do ano passado, mas ainda inferior à produção de referência, e 170 famílias envolvidas na atividade. A maior produção, neste ano, deverá ser em Muitos Capões, chegando a 110 toneladas (aumento de 10% em relação a 2023), com cerca de 70 famílias envolvidas.
Já em Gramado e Canela, nas Hortênsias, observa-se uma redução de 15 a 30%, comparativamente à safra passada. Conforme a engenheira florestal Adelaide Ramos, extensionista da Emater/RS-Ascar, isso se deve às condições climáticas ocorridas no período de reprodução e desenvolvimento do pinhão, especialmente as estiagens que vêm se repetindo nos últimos anos, e as chuvas excessivas no final do inverno e primavera, aliadas à alternância de produção, que é uma característica da espécie.
Na região da Serra, as variedades mais precoces estão em fase de maturação e debulha, e as mais tardias em desenvolvimento da semente. As pinhas e os pinhões apresentam boa qualidade e sanidade e tamanho mediano. Toda a colheita é manual e a cadeia produtiva apresenta poucas iniciativas de beneficiamento, industrialização e armazenamento, concentrando-se a comercialização no período que vai de abril a junho. O preço mínimo pago para o extrativista de pinhão neste ano, conforme a Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é de R$ 3,79 por quilo.