Casais do ensino à distância do EJA de Farroupilha superam dificuldades juntos

Concluir a educação básica após o tempo regular é um desafio presente na vida de milhões de brasileiros, conforme dados do Censo Escolar do último ano, disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para muitos desses 2,5 milhões de estudantes do EJA no Brasil, o apoio de amigos e da família se torna fundamental para vencer os obstáculos na trajetória até o diploma.

Participantes do projeto de Educação à Distância para Jovens e Adultos (EAD-EJA), do Sesc Farroupilha, levaram essa relação de apoio para dentro das salas de aula. Casados há 17 anos, Gideão Barboza Marques e Camila Natália da Silva de Souza são exemplo de união dentro e fora do ambiente escolar: “Dividir essa jornada com ela foi extremamente gratificante, porque quando um estava indisposto, o outro fazia o papel de animar e incentivar o parceiro a não desistir”, explica Marques.

Com três filhos, o casal retomou os estudos a partir de Camila, que inscreveu ela e o esposo, e celebraram a seleção para o projeto juntos e as conquistas que vieram conforme os estudos. “A jornada não é fácil, e voltar a estudar depois de 25 anos traz diversos desafios, mas cada trabalho ou teste concluído que conquistávamos com uma boa nota, eram muito celebrados”, conta Marques. Outro exemplo de união na formação escolar está no casal Eloísa Bittencourt Ferreira e Samuel de Oliveira Almeida.

Visando o crescimento profissional de cada um, o casal ingressou no EJA, em Farroupilha, e uniu-se nos estudos independentemente da idade e dos afazeres do dia a dia para demonstrar a importância de investir neles mesmos. “Compartilhar essa etapa durante todo esse período exige uma confiança muito grande, pois sabemos que todos têm suas rotinas, para fazer o papel de apoiar, mas também de cobrar um ao outro. Isso só se consegue quando se tem no casal um parceiro para se apoiar”, comenta Eloísa.

A relação entre eles serviu de sustentação no período de estudos, mesmo diante de dificuldades. “Durante o segundo semestre meu marido sofreu um infarto e ficamos 12 dias sem conseguir estudar, mas logo que saiu, agradeceu o apoio durante esse período e nos unimos ainda mais para terminar os estudos”, conta Eloísa. E ela complementa, afirmando que  “naquele instante percebi que tinha do lado uma pessoa que não iria desistir, independentemente dos obstáculos que pudessem surgir no caminho”.