Festa para o Dia do Trabalhador
Promoção da CTB em Caxias do Sul terá participação também do Sindicato dos Empregados no Comércio de Farroupilha
Os Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, vão ser palco no próximo domingo (1º 1ª de maio) da festa em alusão ao Dia do Trabalhador. Com o tema, Por desenvolvimento com valorização do trabalho, a atividade começa ainda pela manhã, às 10h, com debate sobre As lutas dos trabalhadores para o Brasil Avançar e à tarde, a partir das 13h30min haverá Ato Show do Dia do Trabalhador com Tchê Garotos, Papas da Língua, Osvaldir e Carlos Magrão, Lucas e Marcos e Família Hip Hop e Bateria Show.
A Festa, que deve reunir cerca de 30 mil trabalhadores, é uma realização da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região e Sindicato dos Comerciários de Caxias do Sul e tem o apoio da Prefeitura.
Durante o dia haverá passe-livre no transporte coletivo urbano e a entrada para o Ato Show é franca. Além dos shows, haverá atividades recreativas e de Educação Ambiental. O presidente da CTB-RS e da Federação dos Comerciários do RS (Fecosul), Guiomar Vidor, observa que o 1º de Maio não é apenas uma data de comemoração ou reflexão: é simbólica para a luta dos trabalhadores. Por causa dele, muito já se conquistou, porém muito ainda há por conquistar. Para o Brasil seguir adiante, avançando no rumo das mudanças, é necessário que os trabalhadores coloquem na ordem do dia às suas bandeiras e reivindicações, defende.
De Farroupilha haverá a participação do Sindicato dos Empregados no Comércio, sendo que atualmente o seu presidente é Waldemar Francisquetti.
A CTB
A CTB defende a união dos trabalhadores e centrais sindicais em torno de uma plataforma única de lutas, aprovada em junho do ano passado na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat). Pela redução da jornada sem redução dos salários; fim do Fator Previdenciário; recuperação dos benefícios e reajuste digno para os aposentados; redução da taxa de juros e taxa de câmbio favorável à indústria nacional; aprovação das resoluções 151 e 158 da OIT (dispositivo que veda a dispensa arbitrária do trabalhador); igualdade de direitos entre homens e mulheres; valorização da agricultura familiar; pela universalização da banda larga; mais acesso à educação e qualificação profissional; pelas reformas democráticas que o Brasil precisa, entre outras. Há mais de 100 anos, o Dia do Trabalhador se originou nas lutas por melhores condições de trabalho e, hoje, apesar das conquistas, essas lutas ainda são atuais e não podemos deixar que enfraqueçam, reitera Vidor.
Sobre o Dia do Trabalhador
Até o início da Era Vargas (1930-1945) eram comuns nas grandes cidades brasileiras certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris (o que não constituía, no entanto, um grupo político muito forte, dada a pouca industrialização do país). Esta movimentação operária tinha se caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do anarquismo e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como trabalhismo (uma espécie de ideologia que não está interessada na desconstrução do capital, mas em sua colaboração com o trabalho). O trabalhismo foi usado pela propaganda do regime varguista como um instrumento de controle das massas urbanas: isto se vê refletido na forma como o trabalho é visto cada vez mais como um valor.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda trabalhista de Vargas, sutilmente, trasnforma um dia destinado a celebrar o trabalhador no Dia do Trabalho. Tal mudança, aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalho passou a ser comemorado com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente, esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical: tradiconalmente a Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o PTB) realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casas próprias e similares.